Uma das áreas contemplada com o Plano Urbano Integrado (PUI)
em Medellin
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"Cuidado não estou falando de obras, mas de experiências."
Esse aspecto me parece fundamental no urbanismo contemporâneo, uma disponibilidade para experimentar nas áreas precarizadas de nossas cidades, afinal as favelas são processos rizomáticos, onde as relações de poder estão constantemente em mutação. O domínio pelo poder paralelo dessas áreas se torna possível pela ausência de presença do Estado, que se exime deixando espaço vazio para ser ocupado por atividades paralelas. O truculento Cartel de Medellin, comandado por Pablo Escobar (1949-1993), que dominava o trafego de drogas na cidade teve uma incrível força na Colômbia chegando a Deputado Federal, com sua posse contemplada pela visita de Felipe Gonzalez, então primeiro ministro da Espanha. Na verdade, o que se percebe com as experiências do Favela-Bairro, ou dos Planos Urbanos Integrados (PUI) de Medellin é que essas áreas demandam políticas continuadas, que promovam uma integração efetiva entre guetos e o restante da cidade. Os políticos de todo o mundo gostam muito de inaugurar obras, mas nem tanto de mantê-las. Há um estigma em nossas sociedades que determina um olhar preconceituoso para as áreas informais, que está presente em servidores públicos e funcionários de concessionárias de serviços públicos urbanos. A reversão desse preconceito é fruto de um trabalho de longo prazo, que vai muito além da implantação das obras de urbanização. A concessão de financiamentos, a implantação de agências de controle, como os Postos de Orientação Urbanístico e Social (POUSO) das favelas cariocas ou as Bibliotecas Parques de Medellin ou ainda as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Estado do Rio de Janeiro são fundamentais para sinalizar uma política continuada, que não se encerra com a inauguração das obras.
O turismo, quando bem estruturado e pensado pode ser uma atividade promotora dessa integração de fato, das comunidades precarizadas com a cidade formal, pois ele acaba lançando um olhar particular sobre essa forma inusitada de ocupação do território, que afinal é uma criativa maneira de resolução do problema habitacional nas cidades do terceiro mundo.
BIBLIOGRAFIA:
www.latam.com/vamos
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