terça-feira, 2 de setembro de 2014

Filme sobre João Filgueiras Lima, o Lelé, no IAB-RJ

Será apresentado nessa quarta feira dia 03 de setembro de 2014 as 18:30, filme sobre o arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, com a presença do presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo Federal CAU-BR Haroldo Pinheiro, que trabalhou com ele e foi seu colaborador. 

A exibição do filme é uma parceria entre IAB-RJ e Laboratório de Mídias Urbanas (LAMUR) da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (EAU-UFF).

Estão todos convidados...

As superquadras em Brasilia

Nova diretoria do IAB eleita para o triênio 2014-17 com os conselheiros
vitalícios
Nos dias 27, 28, 29 e 30 de agosto aconteceu a 146a Reunião do Conselho Superior do IAB na cidade de Brasilia, para eleger a nova diretoria dessa instituição que está para completar cem anos de existência. A eleição ocorreu no dia 28 de agosto, sendo a atual diretoria do presidente Sérgio Magalhães reencaminhada a presidência da entidade. Há no horizonte de atuação da rede do IAB, a realização do Congresso da UIA 2020 na cidade do Rio de Janeiro. Um importante evento, que deverá servir para discutir a inserção do ofício da arquitetura e do urbanismo na sociedade brasileira, revalorizando as ações do plano e do projeto como além de antecipadoras de melhoramentos, um forte fator de ampliação da transparência de seus custos e benefícios.

A emblemática superquadra 308, que tem no seu centro a
Igreja de Nossa Senhora de Fátima, projetada por Oscar
Niemyer
Durante a 146a Reunião do Conselho Superior, no dia 29 de agosto não almocei com os participantes, e consegui fugir para visitar a emblemática superquadra 308 sul, onde há uma igreja de Nossa Senhora de Fátima, projetada por Oscar Niemyer a partir de uma encomenda de Dona Sara Kubitscheck. Muito além dessa presença essa superquadra é valorizada pela integridade de suas edificações, e por suas iniciativas de restauro e preservação de nossa tradição modernista, tanto em suas fachadas, quanto na permeabilidade dos seus pilotis. Sempre considerei a proposta habitacional das superquadras de Brasilia, como a melhor parte do Plano Piloto do arquiteto Lucio Costa. A escala, a proporção entre espaço construído e área livre, o gabarito das edificações me parecem o ponto alto dessa parte do Plano Piloto de Brasília. Além disso a teoria mais contemporânea sobre a cidade, enfatiza a importância das áreas habitação frente aos seus monumentos, afirmando que o contínuo dedicado ao habitar representa mais de 80% do seu território. O crítico italiano Aldo Rossi no clássico Arquitetura da Cidade afirma que grande parte da personalidade de um aglomerado urbano vem desse desenvolvimento de formas particulares de morar, que nas cidades italianas com sua imensa estratificação temporal, se encontra uma infinidade de modus que representam a diversidade de formas de morar ao longo da história. Brasília, com sua tradição moderna fundou um módus operandi do bem viver, representado pelas superquadras, que simbolizam uma personalidade do morar muito particular.

A escala, a proporção entre espaço edificado e área livre e o
gabarito das edificações atestam a qualidade das superquadras
No entanto é preciso reconhecer, que há uma certa homogeneização do território, que poderia ser combatida com a convocação de outros arquitetos operantes nos tempo de sua concepção, que inclusive haviam participado do concurso de Brasília, tais como; Artigas, Rino Levi, Henrique Midlin, MMM Roberto, ou outros que não participaram, mas que atuavam fortemente na ocasião como; Jorge Moreira, Afonso Eduardo Reidy, Alfredo Brito, dentre outros. Gostaria de ver sobre o plano de massa do Doutor Lucio Costa, com suas definições de pilotis, gabarito e afastamentos, reinterpretados nas propostas desses arquitetos, que certamente ampliariam a diversidade presente na cidade. Aliás a emblemática superquadra 308, assim como outras partes do Plano Piloto estão demandando das novas gerações de arquitetos um desenho que celebre o caminhar do pedestre, como um novo tempo da cidade. Uma sobreposição de um novo desenho, que celebre o caminhar para o bicicletário ou para a estação de metrô, ou ainda o simples caminhar, numa proposta que nasceu sobre a hegemonia do automóvel, iniciando uma convivência profícua de diferentes tempos da cidade.