sábado, 31 de maio de 2014

Entrevista minha no SportTV sobre obras da Copa do Mundo no Brasil


As entrevistas no canal Sport TV sobre as obras da Copa do Mundo no Brasil, mostram uma grande convergência de que é necessário dedicar mais tempo às fases de planejamento e de projeto, de forma a controlar a etapa da obra. A urgência e ansiedade nos fizeram achar que a escolha da empreiteira representava a resolução do problema, suprimindo as fases de planejamento e de projeto. Eu, Armando Abreu e Agostinho Guerreiro enfatizamos que obra não é alguma coisa mágica, precisa de planejar e estruturar para que se faça com precisão e controle. Muitas obras foram contratadas sem definição do projeto, o que representa uma temeridade, pois sem saber ao certo, o que vai ser feito.

Mas o engraçado é que fui com meu filho Felipe para essa entrevista. Ele é autista. E, ao fundo da minha fala se ouve de forma constante uma ladainha sua... Abaixo o link da entrevista

http://sportv.globo.com/videos/sportv-news/t/ultimos/v/especialistas-analisam-impacto-de-atrasos-nas-obras-da-copa-na-pressa-sai-mais-caro/3375983/

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Evento no IAB-RJ discute melhorias habitacionais em favelas como indutor de prosperidade local

Na foto, Pedro da Luz presidente do IAB-RJ e Mariana
Estevão do Soluções Urbanas
Na última terça feira, dia 21 de maio de 2014, foi realizado no IAB-RJ um debate; “Desafios da prosperidade local: o programa de melhorias habitacionais em favelas” , um tema que deveria se constituir numa ação continuada dos governos das cidades brasileiras. Estavam presentes e apresentaram suas experiências; Ruth Jurberg e Anderson Café da EMOP, órgão do governo estadual do Rio de Janeiro, Mario Vieira, diretor da ONG Habitat para a Humanidade, Mariana Estevão da ONG Soluções Urbanas, André Franco diretor da Rede Integração, e Ana Claudia Rossbach da Cities Alliance. As experiências apresentaram diferentes níveis de intervenção, envolvendo recursos diferenciados e diversas formas de financiamento ou subsídio integral.


O que o IAB-RJ procurou também destacar, é que inciativas como as das melhorias habitacionais devem envolver uma grande pulverização de diferentes agentes econômicos, como escritórios de arquitetura de jovens arquitetos, micro-empreendedores, lojas de materiais de construção local, etc... O programa pode ter aspecto positivo na dinamização da micro economia local, gerando um processo virtuoso de prosperidade nas favelas. As experiências na cidade do Rio de Janeiro apontam para a inadequação, para esse tipo de serviço, da contratação de grandes e médias empreiteiras. A qualificação de jovens arquitetos recém formados, como foi a experiência do Programa de Aperfeiçoamento Profissional (PAP) do IAB-RJ no final da década de 90, mostra que o programa pode ter o objetivo de um periodo de aperfeiçoamento profissional, anterior ao exercício da plena atividade profissional, como é o periodo de residência médica.


A pergunta feita no final do debate pelo ex presidente do IAB-RJ, Jeronimo Moraes, é bastante pertinente, e deve ser matéria de reflexão mais aprofundada. De que, "apesar da imensa convergência verificada em torno do tema, inclusive de diferentes alinhamentos políticos, porque a proposta não se implanta no país de forma mais contundente? Para mim, a sociedade e as políticas públicas no Brasil ainda permanecem seduzidas por mega empreendimentos e mega eventos, esquecendo-se de promover e atuar sobre a atividade economica de pequena escala e pulverizada.


quarta-feira, 21 de maio de 2014

Debate no IAB-RJ lança manual de incentivo a bicicletas em Favelas

Foi lançado hoje dia 20 de maio de 2014 o Manual com normas para incentivar o uso de bicicletas em Favelas, com um debate com o arquiteto colombiano Ricardo Montezuma, que foi responsável pelo sistema Transmilênio de BRTs (Bus Rapid Transit) de Bogotá, durante o governo do prefeito Monclós. O debate foi patrocinado pela ONG Embarq Brasil, que é financiada pela Bloomberg Philantropies, estavam presentes a Secretaria Municipal de Habitação e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Cultura da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro.

O arquiteto Ricardo Montezuma iniciou sua palestra descorrendo sobre a apropriação simbólica da bicicleta no mundo contemporâneo, salientando que existe uma mudança de paradigma na forma de se visualizar a bicicleta. A representação social da bicicleta foi apropriada por uma visão que associou-a a uma movimentação limpa, saudável, responsável e ativa. Limpa, porque não poluidora. Saudável, porque geradora de uma vida mais ativa. Responsável, porque não se utiliza de recursos do planeta, e portanto não poluidora. E, ativa pois parte de uma atitude individual que pretende ser um posicionamento autonômo para enfrentar problemas da pauta contemporânea, como poluição, obesidade, saúde, etc...

Para o arquiteto colombiano, a bicicleta nos anos 50 do século XX era muitas vezes vista como um símbolo da carência de recursos e precariedade. Os países que então se utilizavam da bicicleta de forma intensa eram China, Vietnam e India e se associavam a formas de vida com escassez de recursos e limitações para uma mobilidade de maior conforto. A partir da década de 70 com a crise do petróleo, e, principalmente na Holanda e nos países nórdicos começa um movimento na base destas sociedades de celebração da bicicleta, como forma comportamental diferenciada. Os dados relativos a nossa contemporaneidade, apresentados pelo arquiteto colombiano são impressionantes; 26% da população holandesa se movimenta exclusivamente de bicicleta, 18% na Dinamarca, 12,5% na Suécia. E, o mais novo membro deste clube, a Alemanha apresenta 10% de sua população que se movimenta exclusivamente de bicicleta. Esse cenário também vem apresentando emergências inesperadas, como os EUAs, a França e a Espanha, que a partir de redes sociais diferenciadas vem forçando seus governos a ampliar as vias, os desenhos e as comodidades para os usuários. Na Espanha, nos últimos anos pela primeira vez o número de compra de bicicletas superou o número de compra de carros, é claro também que tal fato se deve a crise econômica pós 2008 que assola esse país.

O fenômeno está estreitamente articulado com a emergência das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), que celebram redes sociais que elegeram a bicicleta como um novo padrão de comportamento. O arquiteto colombiano mencionou um evento que se reproduziu viralmente na internet no mundo todo, marcado para amanhã dia 21 de maio, que marca a morte de ciclistas  no trânsito de nossas cidades por veículos motorizados. O evento menciona o uso de bicicletas brancas e a utilização de roupas brancas pelos ciclistas, simulando fantasmas que se movimentariam em nossas cidades, representando os ciclistas sacrificados nas ruas. O consumismo e o fetihismo da mercadoria e de formas de vida do nosso capitalismo contemporãneo parece ter também colonizado o outrora vanguardista "bicicletismo"? De qualquer forma assim como há cooptação pelo capital - foi mencionada a bicicleta desenhada por Philip Stark ou a da grife Loui Vuiton, que assumiram preços exorbitantes - há também resistência, em várias cidades, já surgem lojas que propõe aos usuários remontar bicicletas a partir de escombros ou partes de antigas recicladas, saindo do ciclo da produção convencional.

Enfim, a palestra do arquiteto Ricardo Montezuma foi um provocante estímulo a confrontação das idéias e aos pensamentos e ideologias que condicionam o cotidiano de nossas cidades. Ao final, procurei pontuar que as ações de desenho e de projeto que celebram a utilização das bicicletas deveriam se enquadrar ao sistema geral de mobilidade das cidades, procurando se enquadrar de forma complementar aos modais de alta capacidade, como trens, barcas e BRTs. No Rio de Janeiro, uma cidade de clima quente, deveria também pensar-se em instalar nos grandes estacionamentos de bicicletas, apoio como vestiários e outras comodidades, que permitissem aos usuários a operação cotidiana das magricelas.



sexta-feira, 16 de maio de 2014

Morre o arquiteto Miguel Pereira

Morreu ontem dia 15 de maio de 2014 o arquiteto Miguel Pereira, grande nome nas lutas do Instituto de Arquitetos do Brasil. Miguel foi um incansável batalhador pelo reconhecimento da relevância da profissão dos arquitetos, como atores importantes na constituição do espaço humano construído no país. Possuia uma precisão cirúrgica e uma elegância ímpar nas falas e posicionamentos. Fiquei sabendo que seu último pedido foi de ser estendido sobre seu caixão uma faixa amarela com a palavra Arquitetura. Além disso, não queria ninguém triste em seu velório. Grande figura!!

Abaixo um video gravado após a constituição do CAU-BR



https://mail.google.com/mail/u/0/?tab=wm#inbox/146045e86c2fc749?projector=1

Entrevista na revista da ADEMI-RJ de abril 2014

Foi publicada entrevista comigo na revista da Associação dos Empreendedores do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (ADEMI-RJ). Nela procurei defender uma cidade mais misturada, tanto de usos, quanto de extratos sociais, pois acredito neste modelo como mais seguro e promissor para todos. A cidade brasileira não pode mais continuar reproduzindo os guetos de pobres e ricos, da forma estratificada como ela vem se constituindo. Precisamos mudar essa inércia.

Por outro lado, também mencionei a questão da urbanização de favelas, que precisa passar a ser encarado de forma mais contundente e articulada. Precisamos integrar essas áreas, garantindo níveis de serviços urbanos, como coleta de lixo, de esgoto, água, iluminação, espaços públicos bem desenhados, etc.

Mencionei também a questão dos centros históricos de nossas cidades, e mais especificamente o do Rio de Janeiro, que precisam ser revalorizados, recebendo o incentivo ao uso habitacional, que tanto dinamiza essas áreas.

Enfim, ao lado e abaixo imagens da revista da ADEMI-RJ.










terça-feira, 13 de maio de 2014

Artigo no jornal Valor Econômico

Foi publicado hoje terça feira dia 13 de maio de 2014 artigo de minha autoria no jornal valor Econômico, com o título MP630 é um equívoco. A Medida Provisória 630 confunde necessidade premente e urgência com ação impensada e atabalhoada, ela está na pauta do Senado Federal para ser votada hoje. Veja abaixo e no link
Exibindo Valor (jornal) - MP 630 é um equívoco.jpg






http://www.valor.com.br/opiniao/3545164/mp-630-e-um-equivoco

Roma, uma aura de patrimônio, cheia da sustentabilidade da vida cotidiana

As cidades são estranhos objetos, existem nelas uma mística construída que lhes confere uma aura toda particular, e num sentido oposto, a presença de um modus operandi, que promove a manutenção da vida cotidiana em toda sua complexidade. Alguma coisa, como a tradição das pré-existências e a sustentabilidade cotidiana da vida privada de uma série de cidadãos. Muito do que se denomina a personalidade ou vitalidade de uma cidade, vem da presença destes dois elementos fundamentais - história e cotidiano. Nesse sentido, Roma a capital italiana é uma das mais singelas experiências da contemporaneidade, porque sobrecarregada da aura da tradição de ancestrais esforços construtivos variados, onde se percebem tempos de decadência e de grande prosperidade, que se sucederam em seu território. E, ao mesmo tempo cheia de vida contemporânea, repleta dos dramas da sobrevivência cotidiana, local onde diferenciados atores e agentes conseguem lograr seus sustentos particulares, mostrando uma face viva e dinâmica. Mais que qualquer outra cidade na história humana, Roma é sobrecarregada de tradição, um local onde a experiência humana se manifesta há mais tres mil anos, numa sequência de diferentes sensibilidades. Mas é também uma cidade viva, onde os dramas contemporâneos estão instalados se utilizando muitas vezes de estruturas, abrigos e fragmentos de tempos passados, que acolhem uma vida cotidiana intensa.

Em 2002 quando estive na cidade pela penúltima vez visitei o Tempietto de Bramante, sem dúvida uma jóia rara da história da arquitetura, suas proporções e medidas são precisas formando um conjunto clássico invejável. Uma obra do renascimento, clássica, que se insere num conjunto românico, um pátio de uma antiga igreja, San Pietro in Montorio, tendo sido construído, segunda a história no local onde o apóstolo Pedro, o fundador e primeiro papa da igreja católica foi martirizado pelo império romano.

Pois bem, sai do Tempietto extasiado, desci a colina em direção ao Tevere, e cai numa praça triangular, a Piazza San Cosimato. Um local cheio de vida, onde havia uma feira de frutas e peixes, loja para consertar lambretas, barbeiros, cabelereiros, açougue, padaria, bares, restaurantes e moradia de romanos comuns. A escala e as dimensões da praça também eram invejáveis, cercada por edifícios que chegavam no máximo a seis andares, que estavam ocupados por apartamentos onde a vida cotidiana transbordava.

Sem dúvida uma lição da velha cidade de Roma, que apesar da história e dos monumentos permanece viva e cheia da presença da luta diária pela sustentabilidade humana.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Copa do Mundo, sociedade do espetáculo, paixão e política

Paulo Mendes Campos escreveu numa crônica emblemática, num tempo menos beligerante e mais ameno, que; "O brinquedo essencial do homem é a bola." Essa é a justificativa para nossa paixão pelo futebol. Nós a humanidade de forma geral, e, não apenas brasileiros alienados e despolitizados. Portanto, aqui na frase anterior, a palavra "nossa" se refere ao conjunto da humanidade, ou, melhor dizendo aos 3,6 bilhões de telespectadores previstos para assistirem a futura copa do mundo no Brasil. O poder nacional sempre procurou faturar vitórias da seleção brasileira, desde ditadores como Médici 1970 ou democratas como Lula 2002. No entanto, sou de opinião que a magia enlouquecedora e alienante do futebol só dura os noventa minutos da partida, ou no caso da Copa do Mundo há a possibilidade de se estender por cento e vinte minutos em função das eventuais prorrogações ou penaltis, mas ela termina com o final da partida. Todos voltamos a consciência e aos nossos problemas depois de terminada a partida.




Na minha experiência particular, apesar de ser um apaixonado por futebol a Copa do Mundo nunca me envolveu de forma definitiva. Gosto de acompanhar os bons jogos, mas de uma maneira geral me transformo num esteta distante e confortável, sem muito envolvimento. Em algumas ocasiões como em 1970 ou 1992 ou mesmo em 2002, quando tínhamos jogadores excepcionais, torci pelos jogadores brasileiros, mais que pelo time. Em tempos passados havia uma antiga prática, que me parece interessante para reacender a paixão pela seleção canarinho, a convocação de escolhidos com base em um ou dois times. Na década de sessenta fez-se convocações, que tinham como base equipes de times específicos, que apresentavam um futebol excepcional, como o Botafogo e o Santos, acrescidos de alguns jogadores de outros times. Essa era uma prática para fazer frente ao pouco tempo disponível para se treinar um grupo. Aliás a internacionalização do futebol afastou muito o significado da paixão pela seleção nacional, pois de uma maneira geral não acompanhamos mais a trajetória dos nossos jogadores, que são estranhos aos nossos clubes. E, para mim a paixão pelo futebol está centrada no clube.




No entanto, o que também gostaria de destacar aqui é o projeto da Copa do Mundo no Brasil. Onde se percebe um esforço premeditado de afastar a presença da espontaneidade das manifestações populares de nossos estádios, uma elitização do público. Mais uma vez nossas elites demonstram uma incapacidade de pensar com autonomia, desenvolvendo um projeto específico para nosso país. É interessante que numa área em que conquistamos uma certa hegemonia mundial, como nos campeonatos da Copa do Mundo; afinal, somos Penta Campeões. As elites governantes do Brasil não souberam pensar e formular um projeto próprio. Suprimiram com as gerais, com os lugares baratos, reproduzindo os estádios europeus, onde o ingresso é caro, e onde, quem vai aos estádios são só os endinheirados. Aliás, é preciso destacar que na Alemanha, onde o futebol envolve apaixonados equivalentes aos brasileiros, os estádios são mais inclusivos, diferenciando claramente esse país do conjunto da Europa.




No Brasil a tradição era outra, a presença da espontaneidade das classes populares fazia a fortuna do espetáculo. Cansei de levar gringos ao Maracanã ou ao Mineirão, que se encantavam com o espetáculo das arquibancadas e das gerais, muitas vezes esquecendo de ver o jogo. Eu mesmo vivi momentos inesquecíveis na torcida do Flamengo que pegava músicas das torcidas adversárias e recriava no calor da disputa, na hora em que o time mais precisva...

sábado, 10 de maio de 2014

The Guardian menciona o IAB-RJ

O jornalista Simon Jenkins do The Guardian faz uma crônica interessante sobre o Rio de Janeiro, seus preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016. Cita o Instituto de Arquitetos do Brasil, departamento do Rio de Janeiro na sua defesa intransigente da urbanização de favelas. Ao lado a favela da Providência, considerada o primeiro assentamento com essas características no Brasil, fruto da ocupação dos soldados que voltavam da Guerra de Canudos, e não tiveram direito a casa própria.

Vale a pena ler

http://www.theguardian.com/cities/2014/apr/30/rio-favelas-world-cup-olympics-vision-future-criminal-eyesore

Disparada com Jair Rodrigues

A música disparada é um dos mais belos momentos dos festivais da canção popular no Brasil. Ao que me consta a letra e a música são de Geraldo Vandré, o mesmo de "Pra não dizer que não falei de flores" alguns festivais a frente. O velho Jair Rodrigues interpreta a música de uma maneira bem veemente e convincente, empolgando o público de forma maravilhosa. A letra é também uma pérola, que vale a pena ser relida hoje no Brasil contemporâneo; "eu venho lá do sertão...aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar...as visões se clareando, até que um dia acordei...porque gado a gente marca. Tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente..." A reflexão nos leva para um "reino que não tem rei". Uma sincera homenagem ao Jair Rodrigues...

Abaixo a letra e o video

Prepare o seu coração prás coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão 
Eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar 
Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar 
E a morte, o destino, tudo, a morte e o destino, tudo 
Estava fora do lugar, eu vivo prá consertar 

Na boiada já fui boi, mas um dia me montei 
Não por um motivo meu, ou de quem comigo houvesse 
Que qualquer querer tivesse, porém por necessidade
Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu

Boiadeiro muito tempo, laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente, pela vida segurei
Seguia como num sonho, e boiadeiro era um rei
Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando, as visões se clareando
As visões se clareando, até que um dia acordei

Então não pude seguir valente em lugar tenente
E dono de gado e gente, porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente
Se você não concordar não posso me desculpar
Não canto prá enganar, vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar

Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém, que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse, por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu querer ir mais longe do que eu

Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
já que um dia montei agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte num reino que não tem rei

Jair Rodrigues


https://www.youtube.com/watch?v=82dRs2z6iQs

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Debate na rádio MEC sobre habitação na cidade brasileira

A aluna de Relações Internacionais da
Puc-Rio Camila Fontes, a aluna da FAU-
UFRJ Renata Ribeiro, eu e o apresentador
Cadu Freitas no debate na radio MEC
As recentes ocupações na cidade do Rio de Janeiro levaram o Bate-papo Ponto Com a fazer uma reflexão sobre a política habitacional das cidades brasileiras e suas consequências para a qualidade de vida no país. O programa, que completou um mês na grade de programação da Rádio MEC AM do Rio, recebeu no estúdio o presidente do IAB- Instituto de Arquitetos do Brasil, seção Rio de Janeiro, Pedro da Luz Moreira. Ele foi entrevistado pelas alunas Camila Fontes, de Relações Internacionais, da PUC-Rio, e Renata Ribeiro, cursando Arquitetura na UFRJ. Nesse debate tentei pontuar que o Brasil e o Rio de Janeiro não possuem uma política urbana estruturada, que articule uma série de iniciativas no sentido de construir uma cidade com infraestruturas mais bem distribuídas no seu território. O Link abaixo tem a íntegra do debate, vale a pena ouvir...

http://radios.ebc.com.br/bate-papo-ponto-com/edicao/2014-05/questoes-da-cidade-sob-visao-da-habitacao