sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Debate sobre o filme do arquiteto Alvaro Siza Vieira no IAB-RJ

Dora Alcântara e Pedro da Luz debatem sobre Alvaro Siza
 e a arquitetura portuguesa
Nesta quinta feira dia 28 de novembro de 2013, além da eleição da chapa Planos e Projetos para democratizar a cidade, houve uma seção de filme no Instituto de Arquitetos do Brasil sobre o arquiteto português Alvaro Siza Vieira. Após a seção houve um debate sobre a arquitetura portuguesa. No qual foi mencionado o levantamento dos anos 1950 sobre a Arquitetura Popular Portuguesa, "...um ambicioso estudo mesológico sobre a relação entre sociedade, espaço e natureza."*, que esquadrinhou as origens da tectonia nas várias partes de Portugal. A professora Dora Alcântara abrilhantou a discussão com suas ponderações, classificando a arquitetura portuguesa, como uma manifestação de adequada escala. A singeleza das concepções de Siza foram exaltadas, como uma maneira que se enraiza profundamente na tradição portuguesa de produção do espaço, distante da grandiloquência e magnitude. Uma justeza e precisão no dimensionamento dos programas, que se afasta da repetição mecânica das linguagens particulares, procurando sempre se reinventar a cada novo projeto.

O Adro de Bom Jesus do Matosinhos em Congonhas
do Campo MG
Me lembrei muito do sítio de Congonhas do Campo, com seus passos e os profetas de Aleijadinho da Igreja de Bom Jesus do Matosinhos em Minas Gerais. Uma obra de arquitetura maravilhosa, justa e precisa na compreensão do sítio, desta mesma estirpe da arquitetura portuguesa, mas com um tempero particular do Brasil.

* TESTA, Álvaro - Cosa Mentale: a arquitetura de Álvaro Siza - editora Martins Fontes 1998 São Paulo

Eleição do IAB-RJ para o triênio 2014-16

Ontem dia 28 de novembro de 2013 fui eleito Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil do departamento do Rio de Janeiro. Gostaria de agradecer a todos que manifestaram apoio as nossas propostas para a renovação desta instituição memorável, que agora se aproxima do seu centenário. Os desafios são imensos, diante de um mundo sobrecarregado de imagens trazidas pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), o exercício do ofício parece se diluir sem encontrar prioridades claras que orientem a construção do espaço humano. Diante da consciência de que os recursos do planeta não são inesgotáveis, diante da precarização da vida de amplas camadas da nossa população, o IAB-RJ deve ser um instrumento para democratizar o acesso ao vir a ser das cidades brasileiras. A partir do plano e do projeto da cidade que desejamos, podemos construir uma outra direção para a construção do espaço humano em nosso país. Nossa plataforma explicita quatro pontos que deveriam orientar a construção das cidades brasileiras, reformando o modo como ela vem se produzindo. Os quatro pontos que estamos propondo que sejam priorizados são:


- a Cidade deve ser compacta e densa, evitando-se a dispersão interminável e enfatizando-se o papel aglutinador do antigo centro histórico;

- a Cidade deve ser lugar da convivência da diversidade de classes e de usos, evitando-se os guetos de ricos e pobres e monofuncionalidade;

- a Cidade deve ter mobilidade efetiva para todos, evitando-se a exclusão determinada pela ineficiência ou tarifação alta dos sistemas de transporte coletivo;

- a Cidade deve ampliar o reconhecimento da ecologia e dos biomas locais, construindo-se melhor relação com a natureza.


A notícia da minha eleição foi publicada no O Globo, veja no link abaixo;


http://oglobo.globo.com/rio/instituto-de-arquitetos-do-brasil-tem-novo-presidente-no-rio-10915768