terça-feira, 25 de novembro de 2014

"Do Porto para o Anil", ou qual cidade queremos construir?

Em função de uma matéria publicada no jornal O Globo de segunda feira dia 24 de novembro de 2014, enviei a jornalista o seguinte texto, criticando a posição da municipalidade do Rio de Janeiro;

Reportagem publicada no O Globo de hoje, com o título “Do Porto para o Anil”, mostra que empreendimentos imobiliários na Zona Portuária foram trocados, em sua urgência, por iniciativas na Barra e na Baixada de Jacarepaguá. Há muito tempo que os investidores imobiliários da cidade investem na Barra e na Baixada de Jacarepaguá, não necessitando de incentivos públicos. Em contraposição, o centro é mais atraente para lançamentos de torres empresariais. Lá, quase não se verificam empreendimentos habitacionais.

Nota-se, a partir do ocorrido, que a cidade do Rio de Janeiro permanece sem um projeto explícito e claro de direcionamento do seu futuro, atendendo de forma fragmentada a pressões pontuais de investidores. O IAB-RJ defende há anos que a cidade brasileira deve reverter sua tendência inercial de dispersão territorial interminável, construindo e incentivando os empreendimentos próximos aos centros urbanos mais densos. Ao privilegiar a utilização das infraestruturas já instaladas na cidade pré-existente, evita-se que novas tenham que ser implantadas.

A posição decorre do fato de que a cidade brasileira possui em seu território amplas parcelas onde a universalização dos serviços urbanos, como coleta de esgotos e de lixo, distribuição de água potável, calçamento de ruas, iluminação pública e outros não são acessíveis. Isso determina uma profunda diferenciação, com poucas áreas de urbanidade plena e a grande maioria com profundas carências.
Cabe ao poder público reverter essa tendência, operando no sentido de direcionar as pressões pontuais, canalizando suas energias para um projeto de cidade mais denso e compacto, que facilite o acesso à urbanidade plena.

Pedro da Luz Moreira
Presidente do IAB-RJ

A corrupção brasileira, uma reflexão importante

Ricardo Semler, um tucano declarado construiu um artigo brilhante na Folha de São Paulo, destacando o inusitado da prisão de empresários ligados as toda poderosas empreiteiras, que há anos pautam nossos governos. A corrupção no Brasil vem decrescendo é a mensagem otimista contida no brilhante artigo. A corrupção brasileira, assim como outras presentes nos quatro cantos do mundo floresce onde os mecanismos de transparência republicana do estado são pouco eficientes. E, nós brasileiros estamos melhorando nesse quesito, segundo Semler;

"A turma global que monitora a corrupção estima que 0,8% do PIB brasileiro é roubado. Esse número já foi de 3,1%, e estimam ter sido na casa de 5% há poucas décadas."

O artigo também destaca a presença da corrupção nas empresas privadas, que pelo discurso hegemônico do neo-liberalismo eram estruturas imunes a essa prática, ainda segundo Semler:

"O que muitos não sabem é que é igualmente difícil vender para muitas montadoras e incontáveis multinacionais sem antes dar propina para o diretor de compras."

A íntegra do artigo está no link abaixo, vale a pena a leitura:

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/196552-nunca-se-roubou-tao-pouco.shtml