quinta-feira, 11 de maio de 2017

A grave crise no Estado do Rio de Janeiro e a cultura

Manifestação em favor do Teatro Municipal no Rio de Janeiro
A grave crise fiscal que assola o Estado brasileiro, e particularmente no Rio de Janeiro assume uma dimensão dramática, e lança grande parte da sociedade civil numa grande insegurança, que na verdade ampliam e retro-alimentam efeitos nefastos. A lógica financeira prevalece sobre todas as outras. Recentemente, foi anunciado por parte do governo do Estado do Rio de Janeiro corte substancial nas verbas da Secretaria de Cultura com sérias consequências para programas variados, tais como; a Crise do Teatro Municipal, a anunciada extinção do Instituto Estadual de Patrimônio Ambiental e Cultural (INEPAC), órgão de proteção do patrimônio construído e imaterial, o fechamento das Bibliotecas Parques no Complexo de Favelas de Manguinhos, e outras notícias.

O debate também vem se simplificando fazendo com que alguns setores localizem ações essenciais dos gastos do Estado, caracterizando outras como periféricas e ou supérfluas. No senso comum estão, dentre as atividades vistas como essenciais, a saúde, a educação, e a segurança, que devem ser de responsabilidade reconhecida do Estado. Duas delas, a saúde e educação, possuem orçamentos proporcionalmente protegidos em nossa constituição. Apesar disso, todos começam a reconhecer os impactos positivos do incremento das atividades culturais inclusive nos campos da saúde, da educação e da segurança.

Considero a cultura e a preservação do patrimônio como setores fundamentais, que devem ser regulados, apoiados e gestados por instâncias do Estado brasileiro, sejam federais, estaduais e ou municipais, garantindo que manifestações que representam nossa identidade possam ser desfrutadas pelo conjunto de toda nossa sociedade. A cultura é um setor que reúne uma grande quantidade de profissionais gerando desenvolvimento econômico pulverizado e disseminado na sociedade, e que também garante a ampliação da auto-estima de coletivos variados trazendo para eles a noção de pertencimento. A arquitetura e o urbanismo são também claramente manifestações desse campo, e como tal cobram dos nossos governantes uma atitude que supere o imediatismo de nossa atual política.

Enfim, a cultura é atividade humana essencial.