quinta-feira, 5 de junho de 2014

A despoluição da baía de Guanabara

O sociólogo Roberto Damata publicou ontem dia 04 de junho de 2014, no jornal O Globo, um interessante artigo sobre a baía de Guanabara, com o título de Um ponto de vista. O articulista é originário da cidade de Niterói, e nessa condição tem uma relação mais interativa com as águas da "mais bela baía do mundo."  Segundo seu depoimento,

"Escrevo sobre a baía não porque goste de acusar, mas porque nasci e - apesar de tudo - permaneço em Niterói."

Realmente, quem cruza a ponte, ou adentra a baía de barco, ou visita Paquetá ou as ilhas do Fundão e do Governador, ou vai a Niterói se depara com um dos mais belos cenários, literalmente um anfiteatro de montanhas expressivas e emblemáticas. Massas incríveis de granito nú cheias de personalidade, que começam no Pão de Açúcar e chegam até a serra do Órgãos em Teresópolis, que se constituem numa paisagem única e encantadora, que parece estar sempre disponível a desvendar um novo ângulo. Infelizmente esse incrível acontecimento inusitado vem sendo mau tratado pela ocupação humana do seu entorno - a cidade metropolitana do Rio de Janeiro - e, está completamente poluída, numa vazão "de seis mil litros de porcaria a cada segundo!"

A porcaria mencionada pelo sociólogo se constitui de esgoto doméstico, isto é saneamento básico, coleta executada casa a casa nos municípios da baixada que fazem parte de sua bacia de contribuição. O que aumenta a responsabilidade da população e dos governantes, como causadores desta tragédia ambiental é o fato de que as oito Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs), dimensionadas para tratar essa carga domiciliar, já estão construídas há mais de dez anos, sem entrar em funcionamento. Foram feitas dentro do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara, mas não foram acompanhadas, pelo trabalho muito mais pulverizado e disseminado no território, que é a coleta domiciliar.

A pergunta que fica no ar e complica essas responsabilidades mencionadas, é que; estão executadas porque eram obras mais sedutoras e interessantes para as empreiteiras? Porque não foram acompanhadas pelas obras de coleta domiciliar? Abaixo o link do texto de Roberto Damatta.

http://oglobo.globo.com/opiniao/um-ponto-de-vista-12711479