sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Os debates sobre os Efeitos da Arquitetura na Escola de Arquitetura e Urbanismo (EAU) da UFF


Na semana passada, nos dias 07 e 08 de outubro mediei uma mesa na EAU-UFF, dentro do simpósio "Os efeitos da arquitetura", os participantes eram Ephim Schluger da OKNO arquitetura e urbanismo e Iury Lima do Bairro da Gente e o tema era "As responsabilidades do mercado imobiliário e da esfera normativa".  O simpósio pretende apresentar parâmetros concretos de medição entre a vitalidade das ruas e a forma de implantação da arquitetura adjacente.



Começamos pelas ponderações do arquiteto Ephim Schluger, que iniciou suas reflexões a partir de Churchil que identificava no espaço desenvolvido pelas sociedades um forte condicionador das atividades humanas. O arquiteto também explicitou uma grande preocupação com o estágio de desenvolvimento da industria da construção civil no Brasil, onde segundo ele, o desperdício de material atinge a assustadora porcentagem de 25%, significando que a cada quatro edificações construídas, estamos jogando fora uma. Ephim também mencionou a incapacidade do mercado formal de atender a demanda de habitação da população brasileira, permanecendo em nosso horizonte um forte déficit habitacional. Para o arquiteto este atraso tecnológico demonstrado pelo imenso desperdício demonstra a necessidade imperiosa de se investir na qualificação da mão de obra do setor.

O segundo palestrante Iury Lima, que é egresso da Gafisa e da Tenda, apresentou a experiência do Bairro da Gente uma nova forma de empreendimento, que pretende manter o investidor vinculado ao local onde se implanta o novo bairro, através da comercialização de aluguel comercial. Esta ação, segundo o palestrante, demanda que o empreendimento se estruture a partir de uma nova visão urbana, onde a combinação da presença de fachadas ativas e conforto para os pedestres garantem uma valorização dos espaços comerciais, que se valorizam com a vitalidade das ruas. Iury destacou o enorme potencial econômico da convivência social, para a reinvenção das ruas da cidade, como fator de valorização dos pontos comerciais.

Na verdade os dois palestrantes retiraram o debate de sua zona de conforto, pois se tratavam de dois representantes da área do mercado imobiliário, falando para a academia, e que trouxeram visões convergentes sobre novos conceitos como; o estágio de desenvolvimento da industria da construção civil no Brasil, o comércio de rua, as áreas privativas e públicas dos condomínios, as fachadas ativas, o conforto para o caminhar dos pedestres, etc...