terça-feira, 27 de setembro de 2016

Quando acaba ou se dá por acabado?

Mais uma vez volto ao tema do desenho. Abstrato? Será? Ou simples devaneio, diante de uma nova caixa de Crayola. Linhas, pontos, cortes, planos, módulos, partidas e chegadas. Acabei nomeando-o; foice e ponto, por mera solicitação de salvamento do computador. Podia também ser; ponta e curso, para compreensão dos referenciais e o processo de promoção de suas conexões direcionadas. Pontos cheios, pontos vazios, e eixos de conexão cansada.

Um desenho sempre começa, mas nunca sabe aonde acaba. Mais um traço ou um tema, e o papel não comporta mais, foi tudo perdido. Quando acabar, ou dá-lo por acabado?

Isso tudo me lembra um velho poema de Paulo Mendes Campos, sobre Paris, na verdade seu nome é;

POEMA DE PARIS

Sopravam ventos largos sobre a rua
Que vai de meu hotel até meu bar.
Mais longe, além do bar, surgiu a lua
Vulgar e trsite sobre o boulevar.
Vous êtes triste? - perguntou-me nua
Uma sueca com que fui amar.
Triste de uma tristeza como a tua,
Como a lua no céu, triste e vulgar.
Sobre os Campos Elísios, cor de vinho
Chegava a madrugada... e seu carinho
Fez do luar, luar de Apollinaire -
Além do bar, da lua, da mulher.