quinta-feira, 10 de julho de 2014

Debate com Charles Landry no IAB-RJ sobre economia criativa

Debate no IAB-RJ; Olga Campista Subsecretária da Cultura
do Estado do RJ, Charles Landry nosso debatedor, Pedro da
Luz Moreira Presidente do IAB-RJ e Ephim Schluger
Vicepresidente do IAB-RJ
Na última quarta feira dia 02 de julho de 2014, o IAB-RJ recebeu para um bate papo o inglês Charles Landry, para debater sobre o fomento a economia criativa nas cidades do mundo. A conversa inicialmente se focou em torno do tema da regulação, da burocracia e do fomento a criatividade, uma certa vertente presente no mundo contemporâneo que pode ser caracterizada como criatividade ansiosa. Uma busca incessante das empresas, meios de comunicação e sociedade por novas idéias, que de certa forma reforçam a perda de sentido do mundo contemporâneo, sempre sobrecarregado de informações. A questão da tradição ou história ou ainda da recorrência a velhas soluções, em contraposição, as novas idéias rapidamente volatizadas ou a criatividade ansiosa foram debatidas, na perspectiva de formação e construção tanto de uma vitalidade econômica, como também da viabilidade e sustentabilidade dos agentes promotores. Algo relacionado, tanto ao fomento de novas iniciativas, como também a garantia de sua manutenção, como forma de sustento no longo prazo, enfim vitalidade e viabilidade.

Há uma dimensão provocadora nas colocações de Charles Landry, principalmente quando faz uma distinção entre complicado e complexo. O primeiro está além da sistematização e da legibilidade, enquanto o segundo é possível de ser descrito e formulado, capturado pelo discurso. A diferenciação e a fragmentação contemporâneas nos levam às lógicas interdisciplinares, que encontram convergências nos diferentes olhares e discursos. Os lugares criativos são os locais que possibilitam que o conjunto da população participe da construção de seu meio ambiente, lugares de reunião e de conexão, onde a representação de uma nova forma comprova a possibilidade de mudança.

Na minha provocação tentei colocar as imensas dimensões da cidade metropolitana do Rio de Janeiro, e como era importante disseminar a criatividade no território, tentando reequilibrar o conjunto da metrópole, reforçando o antigo centro da cidade, que deveria ser o local da expressão das diversas vozes. Mas a melhor provocação emergiu no seio dos participantes, a partir da colocação de que a verdadeira criatividade subverte inércias instaladas, e que no Brasil estávamos fartos da cultura do improviso e da surpresa, necessitando na verdade de sermos criativos numa maior celebração do planejamento e das atitudes pensadas...