segunda-feira, 27 de abril de 2015

Matéria na Bandeirantes sobre as obras na cidade do Rio de Janeiro

Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Av. Rio Branco no
Rio de Janeiro
Na última sexta feira dia 24 de abril de 2015, numa coletiva de imprensa, a prefeitura do Rio de Janeiro e o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) apresentaram as previsões de entrega das obras propostas para a cidade, em função dos jogos olímpicos de 2016. Um pouco antes desse evento fui entrevistado pela Rede Bandeirantes, se as obras poderiam ser comparadas as transformações sofridas pela cidade em 1905, quando Pereira Passos, prefeito do então Distrito Federal do Rio de Janeiro, reestruturou o porto e conformou a Avenida Central, atual Rio Branco no centro.

Respondi, que o volume de obras talvez se equiparasse, ou até talvez seja maior no presente, mas que faltava a atual gestão da cidade um modelo claro a ser perseguido. Enquanto, no começo do século XX, com Pereira Passos o Rio de Janeiro tinha como objetivo ser uma Paris nos trópicos, atualmente não se percebe por parte da administração municipal a construção de uma imagem do nosso futuro.

Independente de qualquer juízo de valor sobre a adequação ou não do modelo de Paris para a cidade do Rio de Janeiro, defendi a idéia de que a presença de um objetivo estruturador era importante. Contemporaneamente acredito, que não teria sentido eleger uma cidade como modelo objetivo a ser perseguido, mas um conjunto de princípios estruturantes seria de grande valor para as cidades brasileiras de uma maneira geral. Tal atitude possibilitaria às municipalidades construir uma imagem da cidade desejada no futuro, livrando as administrações de pressões pontuais de grupos de interesses, e de fatores episódicos.

A atual gestão do IAB-RJ, da qual estou Presidente construiu um documento, que apontava cinco princípios que deveriam nortear o fazer cidade no Brasil. Creio que o conjunto desses princípios conformam uma imagem objetiva para o futuro das aglomerações urbanas brasileiras;

*       a Cidade deve ser compacta e densa, evitando-se a dispersão interminável e enfatizando-se o papel aglutinador do antigo centro histórico;
*       a Cidade deve ser lugar da convivência da diversidade de classes e de usos, evitando-se os guetos de ricos e pobres e monofuncionalidade;
*       a Cidade deve ter mobilidade efetiva para todos, evitando-se a exclusão determinada pela ineficiência ou tarifação alta dos sistemas de transporte coletivo;
*       a Cidade deve ampliar o reconhecimento da ecologia e dos biomas locais, construindo-se melhor relação com a natureza.


O link da reportagem do Jornal da Bandeirantes está abaixo:

http://noticias.band.uol.com.br/jornaldorio/video/2015/04/24/15451992/rio-2016-aporte-de-r500-milhoes-e-anunciado-nas-obras.html