segunda-feira, 2 de março de 2015

Matéria sobre a Região Portuária do Rio de Janeiro

O sítio arqueológico do Cais do Valongo na Rua Camerindo
A matéria publicada na agência EBC Notícias sobre as transformações do Porto do Rio de Janeiro mostra, que os esforços para transformação da área remontam a década de 80, quando a estrutura de apoio aos portos de todo o mundo sofre a transformação da adoção dos containeres. Desde então diferentes administrações municipais vem tentando promover a transformação do porto do Rio de Janeiro, com diferentes propostas. Com as Olimpíadas vindo para o Rio de Janeiro, a região portuária passa a receber recursos vultuosos, que impulsionam a sua transformação, como a derrubada do viaduto da perimetral e a construção dos túneis que o substituem. São investimentos viários vultosos. No entanto, ainda não se percebe o mesmo nível de investimento na arquitetura pré-existente como no caso citado do edifício da Noite, o primeiro arranha céu da cidade, e outros exemplares notáveis da área.

Me assusta particularmente o grau de deterioração do patrimônio construído do centro da cidade do Rio de Janeiro, onde volta e meia temos notícias da perda de sobrados e imóveis de valor histórico, basicamente no setor privado. Me parece que a cidade do Rio de Janeiro não dispõe de musculatura econômica para manter o nível de investimentos que as pré-existências da área demandam, principalmente quando o setor imobiliário privado permanece com sua inércia instalada, investindo prioritariamente na Barra da Tijuca. Quando foi apontado que os equipamentos olímpicos que a cidade precisava construir cabiam todos na Zona Portuária, o que se pretendia era dar uma mensagem clara para o mercado imobiliário de que o desenvolvimento da cidade tinha dado uma guinada, que passava a privilegiar o centro. Tal orientação não foi seguida, tendo o poder municipal mantido o projeto olímpico disperso em três clusters; Barra da Tijuca, Deodoro e Centro, mantendo-se na Barra os empreendimentos imobiliários como a vila dos atletas e de árbitros. Portanto, mais uma vez a cidade parece perder uma oportunidade única, dispersando seus investimentos, sem mudar sua tendência de dispersão espacial.

Abaixo o link da matéria

http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-03/porto-do-rio-450-anos-de-transformacoes