sábado, 11 de abril de 2015

Quanto vale a filosofia grega ou as reparações de guerra

250 mil Gregos morreram de inanição durante a ocupação
nazista na Grécia
A propaganda do cartão Credicard denuncia um fato que o sistema parece não aceitar de jeito nenhum, mas me parece, que há coisas "que não têm preço". Ou melhor, que custaram tanto, que não são mensuráveis sobre qualquer ótica que as tentemos dimensioná-las.

A imprensa européia publicou nessa semana, que a Grécia apresentou à Alemanha sua dívida referente a reparações decorrentes da segunda Guerra Mundial, que somam E$162 bilhões (cento sessenta e dois bilhões de euros). A ocupação nazista na Grécia ocorreu entre os anos de 1940 e 44, e resultou na morte de 220 mil gregos civis, na sua maioria por fome. Também ocorreram massacres nas pequenas cidades Kalavrita e Distomo, onde morreram 500 e 218 civis respectivamente.

Terminada a segunda Guerra Mundial, os alemães receberam dos EUA com o Plano Marshall de 1947 até 1952 o correspondente a US$3,3 bilhões (Três bilhões e trezentos mil dólares), com juros subsidiados. Morreram na Segunda Guerra Mundial, contando civis e militares; na Alemanha 7,5 milhões (10,77%), na França 562 mil (1,35%), na Grécia 311 mil (4,31%), na URSS 25,5 milhões (13,71%), na Polônia 5,6 milhões (16,07%).

Em 1960, quinze anos após o fim da guerra, a antiga Alemanha Ocidental começou finalmente a pagar indenizações devidas a 11 Estados : a Grécia recebeu 115 milhões de marcos alemães, a França 400 milhões, a Polónia cem milhões, a União Soviética apenas sete milhões e meio (?), a então Jugoslávia oito milhões. Foram também pagos três bilhões de marcos a Israel e 450 milhões a organizações judaicas. 

Não sei como são feitos esses cálculos, mas claramente um valor me parece totalmente absurdo, o da União Soviética, que teve baixas entre civis e militares da ordem de 25 milhões de pessoas. Apenas na cidade de Leningrado, com o cerco que durou de 1941 a 44, morreram 1 milhão de civis. Enfim, o cálculo dessas quantias indenizatórias parecem apontar que um francês morto na Segunda Guerra vale muito mais do que qualquer outro povo na Europa, pelo menos nos tempos do marco alemão. O que retira da matemática toda sua objetividade e racionalidade.

Agora, imaginem que a Grécia resolva cobrar por fatos ou construções que são imensuráveis, como o legado da formulação da democracia ateniense na antiguidade clássica, ou a filosofia da escola de Atenas. Na verdade, sem essas formulações, o que seria da Europa?