quarta-feira, 27 de abril de 2016

Cidade amistosa e inclusiva

Muitas vezes a pauta da imprensa não é positiva, mas carregada de negatividade, no caso era sobre arquitetura hostil, um tipo de atitude que vem se generalizando em nossas cidades basicamente para afastar moradores de rua e outras mazelas determinadas pela ´pobreza. Há de uma maneira geral uma criminalização da pobreza no mundo contemporâneo, que é assustadora.

Minha posição tentou se movimentar no sentido de identificar na forma hegemônica do bem viver no Brasil - o condomínio clube - uma imensa falta de generosidade, com relação a expressivos contingentes de nossa população. Na verdade, percebe-se hoje no país uma clara segmentação da sociedade, e com isso a produção habitacional se hegemonizou em torno dos condomínios clubes. Áreas públicas exclusivas para determinado tipo de renda, que procura evitar o acesso público e universalizado, que o espaço urbano da cidade garantia. Essa tipologia de implantação domina mesmo os extratos médios da sociedade, que procuram se diferenciar do tecido geral, resguardando espaços privativos, que acabam potencializando a violência na cidade.

O sentido da cidade, em sua essência, é o convívio com a diversidade e com a diferença. Os sociólogos apontam que a Revolução Urbana, acontecida a mais de quatro mil anos atrás trouxe para a experiência humana cotidiana essa convivência com a diversidade, de crenças, práticas e costumes. O impacto dessa nova forma de comportamento - a cidade, - muito além da família e do clã, determinou um imenso avanço das descobertas humanas, porque permitiu a interação entre diferentes, levando à relativização de nossos pré-conceitos. Esse sentido didático da cidade continua operando hoje em dia, precisamos retomar essa direção, que já tiveram presentes em bairros como Copacabana no Rio de Janeiro, ou Higienópolis em São Paulo. Bairros onde empreendimentos imobiliários reuniam diferentes extratos de renda compartilhando o mesmo núcleo de circulação vertical ou elevador. Nessa mesma configuração o rodoviarismo também não desempenhava papel tão hegemônico como hoje, o automóvel e o pneu transformaram o espaço público em locais insalubres e de dificil promoção da convivência e do encontro. Essas configurações espaciais dos bairros de Copacabana e Higienópolis geraram cidades muito mais seguras para seus habitantes, com possibilidades de convívio e encontro.

Abaixo o link da matéria...

http://projetocolabora.com.br/cidades/a-arquitetura-hostil-das-cidades/

terça-feira, 26 de abril de 2016

A ciclovia Leblon - São Conrado tragédia anunciada 2

A Laje demolida pela onda, com uma viga central e duas abas
laterais maiores, o que potencializou o esforço de cima para
baixo da onda.

Em função de novas informações, volto ao tema da ciclovia Leblon - São Conrado, que no último dia 21 de abril de 2016 teve um sério acidente provocado por uma ressaca na costa da cidade do Rio de Janeiro, que causou a morte de duas pessoas. No primeiro texto da série, apontei que o descuido com a fase de projeto era claro, pois a presença de uma obra notável do patrimônio da cidade do Rio de Janeiro - o viaduto Rei Alberto, datado de 1920, da abertura da Avenida Niemyer - não havia sido considerado pelo desenho. Argumentei também, que a forma de contratação das obras públicas no Brasil tendem com o modelo da Contratação Integrada (CI) e do Regime Diferenciado de Contratação (RDC) a não dar a devida autonomia a fase de projeto, tratando-o de forma expedita e rasteira, sem o devido aprofundamento.

A Laje que não foi demolida com duas vigas e abas laterais
menores, que resistiu melhor ao esforço de baixo para cima.
Agora novas informações corroboram àquelas primeiras impressões. Em primeiro lugar, o empreiteiro e o gerenciador das obras eram o mesmo agente, o consórcio Concremat-Concrejato gerenciava e construia a obra, o que claramente nega o princípio da fiscalização ou controle cruzado tirando ou reduzindo a autonomia da fase de projeto. Em segundo lugar, a prefeitura desenvolveu apenas um projeto básico, que segundo a lei 8666/93 corresponde a um projeto sem detalhamento, capaz de gerar apenas os quantitativos e o orçamento da obra, necessários para a promoção da licitação da execução, o que também denota e enfatiza a falta de apuro e esmero. Em terceiro lugar, esse projeto básico envolveu apenas as disciplinas de estrutura e de fundações, não tendo qualquer consultoria de arquitetura, de urbanismo ou de paisagismo, disciplinas que certamente sensibilizariam o desenho para a presença do viaduto Rei Alberto, e teriam pela interdisciplinariedade trazido outros olhares e complexidades ao projeto. Em quarto lugar, a seção tipo da laje da ciclovia muda exatamente no trecho em que havia o registro de ressacas recorrentes, de uma seção com duas vigas junto aos bordos, se passa para apenas uma viga central, portanto com desenvolvimento de abas mais generosas, o que certamente potencializou o esforço de baixo para cima da onda.

Há ainda um outro aspecto, que foi noticiado nos primeiros momentos, mas que a mídia abandonou como não sendo relevante, o fato da troca do responsável técnico da obra nas últimas fases do cronograma de implantação. Enfim, estamos diante de um caso grave, onde as evidências sobre a maneira da materialização do projeto, cada vez mais nos mostra o desdém com que vem sendo tratado o projeto e o planejamento em nossa sociedade.

Foi gravado, hoje dia 27 de abril de 2016, entrevista com a CBN-Rio sobre o assunto, o link está abaixo.

http://cbn.globoradio.globo.com/programas/cbn-rio/2016/04/27/EMPRESA-QUE-CRIA-PROJETO-NAO-DEVE-SER-A-MESMA-QUE-EXECUTA-A-OBRA.htm

quinta-feira, 21 de abril de 2016

A ciclovia Leblon - São Conrado, tragédia anunciada

Foto da Gruta da Imprensa com o viaduto Rei Alberto, antes
da ciclovia Leblon - São Conrado
O acidente com a ciclovia Leblon - São Conrado, ocorrido no dia 21 de abril de 2016 na cidade do Rio de Janeiro  é uma tragédia anunciada, que nos revela muito da forma como o projeto das obras públicas vem sendo desenvolvidos em todo o Brasil. De forma generalizada há a presença de um sentido de urgência, que pensa de forma equivocada, que o tempo dedicado ao projeto é perda de tempo. Como se o ato de pensar antes de fazer, que ao final é o sentido do plano e do projeto, fosse uma perda de tempo, uma vez que a obra com sua dimensão prática resolveria no calor do canteiro todos os problemas. A tragédia do acidente da ciclovia, que significou a morte de duas pessoas por conta do colapso da estrutura da laje nos mostra, que mesmo aspectos da segurança estrutural podem ter sido negligenciados em função dessa urgência.

O viaduto Rei Alberto
A cidade do Rio de Janeiro foi recentemente elevada pela UNESCO à condição de patrimônio natural e construído da humanidade, exatamente por sua configuração única e inusitada, reunindo natureza e obra humana. O descuido no apuro do desenvolvimento dos projetos fica patente pelo desrespeito da nova obra pelas pré-existências do Patrimônio Histórico e Artístico, como a Gruta da Imprensa ou Viaduto Rei Alberto (mostrados nas fotos). Esses aspectos históricos e de interação de novas intervenções com antigas obras de valor, que podem parecer de menor importância frente a segurança da obra, denunciam muito da forma açodada como as obras públicas vem sendo realizadas. A nova intervenção não teve o devido cuidado na sua aproximação com a obra antiga, denunciando de forma clara a pressa e a urgência das obras.

Estamos diante de graves acontecimentos que precisam ser apurados e monitorados com rigor, mas que as recentes notícias mudando a forma de contratação das obras públicas por parte do governo federal, como a contratação integrada e o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) demonstram exatamente a supremacia vitoriosa da pressa e da urgência, ou por um certo desdém pela etapa de desenvolvimento dos projetos. Há muito, que a rede nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) defende que os realizadores dos projetos, sejam eles; de estrutura, de urbano, de arquitetura ou de qualquer natureza não sejam os mesmos dos responsáveis pela implantação das obras e que sejam contratados pelo poder público. Tal prática nos parece garantiria uma maior autonomia para o desenvolvimento do projeto minimizando riscos, e determinando um controle compartilhado dos canteiros de obras. A contratação integrada, que delega ao empreiteiro a responsabilidade pelo desenvolvimento dos projetos e pela implantação das obras, não possibilita a devida autonomia à etapa fundamental, de pensar o que será feito.

Todos aguardamos ansiosos pela apuração dos fatos.

Debate no IAB-RJ sobre o Mat-building proposto pelo Team X na década de 60

O arquiteto Graziano Brau Pani
O jovem arquiteto italiano Graziano Brau Pani debateu no auditório do IAB-RJ na última quinta feira dia 14 de abril de 2016, sobre proposições colocadas no final dos anos cinquenta por um grupo de arquitetos denominado Team 10, que se contrapôs aos posicionamentos funcionalistas colocados pela Carta de Atenas de 1933, no IV Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM), que determinaram a prática arquitetônica até o final dos anos 50 do século XX. As proposições do Team 10 no final dos anos 50 revolucionaram a forma como compreendemos o objeto arquitetônico, sua inserção urbana, a posição dos usuários e os gradientes entre a esfera pública, semi-pública, semi-privada e privada, principalmente no tema habitação. As principais premissas do Team 10 para o projeto, que questionaram fortemente o funcionalismo sistêmico do modernismo, foram a democratização do programa e a responsabilidade social da construção do espaço humano.

Cartaz da palestra
O principal conceito debatido foi o de mat-building, que foi uma premissa desenvolvida por  Peter Smithson (1923-2003) e Alisson Smithson (1928-1993), arquitetos ingleses, que publicaram o artigo;‘How to recognise and read mat-building”, que aborda o tema do sistema,  da repetição e da especificidade na formulação do espaço construído. Portanto, um posicionamento que se colocava fortemente contra uma ortodoxia estabelecida, que permanecia com uma visão estática da construção humana, centrada no objeto espacial isolado, como um elemento de contemplação da arquitetura, e não como processo de produção e reprodução do ambiente construído pelo homem. Nas palavras do arquiteto italiano Graziano Brau, os parâmetros norteadores do mat-building eram; pessoas, participação e tempo. A proposta inseria no processo de desenvolvimento dos projetos, a ideia de sistema, como um processo aberto e acolhedor, para as demandas mutantes dos mundos da vida, não só no período de sua concepção, mas também no da sua operação.

Uma espacialidade aberta a múltiplos usos e não mais determinada por um funcionalismo restritivo desembocava numa racionalidade processual, capaz de entender o projeto e o desenho como o território do conflito. Os exemplos trazidos pelo arquiteto italiano mostraram diferentes apropriações da metodologia mat-building, como a Casa Patio em Tolouse de 1961, a Kasbah de Piet Bloom de 1973, a Nexus World em Tóquio de 1991 do escritório OMA, e a Carambachel 11 em Madrid de 2006 do escritório Morphosis. A análise desses diferentes exemplos se pautou pela compreensão dos espaços de circulação, de estar, da capacidade de abrigar múltiplas funções e da sua inserção urbana. A modulação e a flexibilidade de alguns espaços foram destacados a partir de um rigoroso trabalho de compilação dos desenhos desses projetos, que media sua adequação a partir da presença da repetição e da surpresa, a legibilidade geral e o particularismo específico.

Nas minhas considerações sobre a palestra do arquiteto italiano Graziano Brau Pani, citei os trabalhos dos arquitetos Manfredo Tafuri e Carlos Nelson dos Santos, o primeiro no livro A esfera e o labirinto e o segundo em A cidade como um jogo de cartas, que citam sistemas modulares, homogeneizadores e repetitivos que geraram diversidades. A questão da forma do projeto, tanto no processo de concepção, como também na sua apropriação depois da construção permanecem como temas centrais para o nosso ofício.

Abaixo link para o site do IAB-RJ.

http://www.iabrj.org.br/graziano-brau-discute-sistema-mat-housing-no-iab-rj

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Debate sobre a crise atual brasileira no IAB-RJ esclarece vários pontos

Marcos Nobre, Lena Lavinas, Argelina Figueiredo e André Singer
Na última segunda feira dia 11 de abril de 2016 reuniu-se no auditório do IAB-RJ uma mesa auto-denominada Encruzilhadas da Conjuntura, com a presença do cientista político da USP André Singer, o professor de filosofia política da Unicamp Marcos Nobre, e a professora de economia política da UFRJ Lena Lavinas, que foram mediadas pela moderação da professora da Uerj Argelina Figueiredo. O debate foi de altíssimo nível, e reuniu visões diferenciadas sobre a atual crise brasileira, demonstrando que é possível reunir o contraditório para ampliarmos o esclarecimento sobre nossa atual conjuntura econômica e política e termos capacidade de imaginar um outro arranjo societário.

A primeira fala do cientista político ligado ao PT, André Singer procurou identificar no movimento do Impeachment da Presidente Dilma uma inflexão, ou ruptura de aliança, entre dois projetos distintos de país. De um lado, o recrudescimento do neo-liberalismo, expresso no documento a Ponte do PMDB, e de outro o social-desenvolvimentismo do PT, que se aliou de forma precária com o mesmo neo-liberalismo, desde o primeiro governo Lula. Singer reconhece e identifica a presença de uma certa hegemonia neo-liberal e financeira na política, que não arrefeceu desde os anos 1980 com a ascensão de Thatcher e Reagan, oferecendo como exemplo a recente ascensão do partido radical de esquerda na Grécia, que acabou adotando encaminhamentos rentistas, alinhados com os neo-liberais, que privilegiaram o pagamento das dívidas.

Um elemento, ainda posicionado fora dessa dualidade política é a Operação Lava-Jato, instalada no Poder Judiciário brasileiro, que pode representar algo novo, "se possibilitar a identificação da corrupção de forma equilibrada entre várias forças políticas, sem pretender se alinhar ou eleger qualquer uma delas como principal operadora." Efetivamente, a partir da prisão coercitiva do presidente Lula e do vazamento seletivo de algumas conversas telefônicas, por parte da Operação Lava-Jato instala-se uma forte suspeição, com relação ao não alinhamento com as tendências neo-liberais em luta.

A segunda palestra foi do professor de filosofia política da Unicamp Marcos Nobre, que se utilizou de uma metáfora ferroviária das locomotivas, apontando o PMDBismo ou o centro como principal indutor político brasileiro. O filósofo também se posicionou num lugar "mais favorável para se pensar, no pós-impeachment, seja qual for o resultado" e apontou, que a conjuntura brasileira e a crise atual são fruto da ausência de uma reflexão mais aprofundada, com relação às manifestações de junho de 2013. Para Marcos, o projeto Petista para enfraquecer o PMDB envolveu o incentivo à pulverização das forças partidárias na Câmara Federal, desideologizando uma série de posicionamentos em nome de que essa fragmentação viabilizava a governança.

Para Marcos Nobre o processo de ampliação das conquistas democráticas no Brasil se encerra com as manifestações de rua de junho de 2013, que demonstraram uma forte revigoração da pauta de reinvindicações fora do sistema partidário do país, e ainda sem resposta das lideranças políticas brasileiras. Naquele momento a pauta pela melhoria das condições de vida nas cidades brasileiras, com a generalização de melhoria das condições de habitação, mobilidade, saúde e educação em comparação aos investimentos dispendidos nos estádios da Copa do Mundo, se constituiram na principal força mobilizadora. Também para Marcos Nobre, a Operação Lava-Jato apresenta uma forte indefinição das suas intenções, o que sabemos dela é que se inspira na operação Mãos-Limpas da Itália, que desestabilizou completamente o sistema político daquele país, sem que esse atingisse maior eficiência no combate à corrupção. Por fim, Marcos Nobre apontou a necessidade de rearticulação do campo da esquerda no Congresso e nas Ruas, sem que o PT pretenda ou se coloque como força hegemônica. Para o filósofo existe por parte da esquerda brasileira uma profunda incompreensão, ou incapacidade de se identificar com novos movimentos que representam mudanças efetivas. A distinção importante entre manutenção do status quo, das formas tradicionais de fazer política e as efetivas demandas sociais, do interesse público e geral precisam ser repensadas.

A terceira fala foi da economista Lena Lavinas, que identificou de forma muito veemente no campo da esquerda um erro tático e estratégico com relação ao sistema de funcionamento do capital no mundo contemporâneo. A professora apontou que a forma de regulação do capital não é mais fordista e produtiva, e identificou na financeirização e no endividamento progressivo das pessoas a forma prioritária de atuação do sistema contemporâneo. Portanto, um projeto social-desenvolvimentista não poderia apenas investir e celebrar no consumo do mercado interno apenas de produtos ligeiros, que na verdade impulsionaram um imenso crescimento do endividamento familiar. A professora mostrou dados, que demonstram como o investimento em infra-estrutura desde o fim da ditadura declinou no Brasil, notadamente naqueles ítens que poderiam representar ganhos indiretos de qualidade de vida, como; saneamento, saúde, educação e mobilidade.

Por outro lado, a professora Lavinas também reconheceu na Constituição de 1988, um marco regulatório importante, capaz de impulsionar parâmetros concretos na busca de uma sociedade com mais equidade. Nela estão fixados o direito à seguridade social, à saúde, à moradia para todos, que certamente significam ganhos de renda, muito além dos aumentos salariais, que efetivamente ocorreram a partir do governo Lula. A fala da professora apontou claramente que o projeto da esquerda para o Brasil comandado pelo PT e também no resto do mundo deixou-se capturar pela financeirização;

"Quando voce analisa indicadores relativos à saneamento ou saúde, as alterações são muito pequenas. Quando considera televisões e telefones celulares são altíssimos. Vivemos uma financeirização da esquerda, como definiu Roberto Grün, abrimos mão da criação de uma sociedade coesa e unida, na qual pegamos o mesmo metrô e vamos a escola juntos." LAVINAS, Lena

Portanto, o debate no IAB-RJ teve um excelente nível e nos faz refletir, que nossas decisões no presente imediato acabam por determinar e condicionar alinhamentos e rumos futuros para nossa sociedade.
“Quando você analisa indicadores relacionados à saneamento ou saúde, as alterações são muito pequenas. Quando considera televisões ou telefones celulares, são altíssimos. Vivemos uma financeirização da esquerda, como definiu Roberto Grün: abrimos mão da criação de uma sociedade coesa e unida, na qual pegamos o mesmo metrô ou vamos à escola juntos” - See more at: http://www.cee.fiocruz.br/?q=node/136#sthash.X2sZSyke.dpuf
“Quando você analisa indicadores relacionados à saneamento ou saúde, as alterações são muito pequenas. Quando considera televisões ou telefones celulares, são altíssimos. Vivemos uma financeirização da esquerda, como definiu Roberto Grün: abrimos mão da criação de uma sociedade coesa e unida, na qual pegamos o mesmo metrô ou vamos à escola juntos” - See more at: http://www.cee.fiocruz.br/?q=node/136#sthash.X2sZSyke.dpuf
“Quando você analisa indicadores relacionados à saneamento ou saúde, as alterações são muito pequenas. Quando considera televisões ou telefones celulares, são altíssimos. Vivemos uma financeirização da esquerda, como definiu Roberto Grün: abrimos mão da criação de uma sociedade coesa e unida, na qual pegamos o mesmo metrô ou vamos à escola juntos” - See more at: http://www.cee.fiocruz.br/?q=node/136#sthash.X2sZSyke.dpuf

terça-feira, 5 de abril de 2016

Debate na TV Alerj sobre habitação e mobilidade

O debate na TV da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (TVALERJ) reunia dois temas da maior importância para nossas cidades, que nossos políticos teimam em separar; moradia e mobilidade. O debate focou muito sobre as transformações da cidade do Rio de Janeiro, que sofreu mudanças importantes na sua mobilidade em função dos Jogos Olímpicos de 2016, mas que perdeu a oportunidade de requalificar sua rede de trens urbanos, que está entre as de maior extensão no mundo.

Minha insistência com relação a essa malha de trens urbanos da cidade metropolitana do Rio de Janeiro é que sua requalificação garantiria, para amplas parcelas da população carioca um ganho efetivo na sua qualidade de vida. Segundo recentes levantamentos, mencionados inclusive pela apresentadora Geisa do programa, o Rio de Janeiro é a que apresenta a terceira pior mobilidade dentre as cidades com mais de 10 milhões de habitantes. A reversão desse quadro poderia ser alcançado em pouco tempo, se o investimento na rede de trilhos urbanos da cidade fosse mais expressivo.

Abaixo o link da matéria na TV Alerj.

http://www.querodiscutiromeuestado.rj.gov.br/rioemfoco/programas-2016