sábado, 10 de maio de 2014

The Guardian menciona o IAB-RJ

O jornalista Simon Jenkins do The Guardian faz uma crônica interessante sobre o Rio de Janeiro, seus preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016. Cita o Instituto de Arquitetos do Brasil, departamento do Rio de Janeiro na sua defesa intransigente da urbanização de favelas. Ao lado a favela da Providência, considerada o primeiro assentamento com essas características no Brasil, fruto da ocupação dos soldados que voltavam da Guerra de Canudos, e não tiveram direito a casa própria.

Vale a pena ler

http://www.theguardian.com/cities/2014/apr/30/rio-favelas-world-cup-olympics-vision-future-criminal-eyesore

Disparada com Jair Rodrigues

A música disparada é um dos mais belos momentos dos festivais da canção popular no Brasil. Ao que me consta a letra e a música são de Geraldo Vandré, o mesmo de "Pra não dizer que não falei de flores" alguns festivais a frente. O velho Jair Rodrigues interpreta a música de uma maneira bem veemente e convincente, empolgando o público de forma maravilhosa. A letra é também uma pérola, que vale a pena ser relida hoje no Brasil contemporâneo; "eu venho lá do sertão...aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar...as visões se clareando, até que um dia acordei...porque gado a gente marca. Tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente..." A reflexão nos leva para um "reino que não tem rei". Uma sincera homenagem ao Jair Rodrigues...

Abaixo a letra e o video

Prepare o seu coração prás coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão 
Eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar 
Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar 
E a morte, o destino, tudo, a morte e o destino, tudo 
Estava fora do lugar, eu vivo prá consertar 

Na boiada já fui boi, mas um dia me montei 
Não por um motivo meu, ou de quem comigo houvesse 
Que qualquer querer tivesse, porém por necessidade
Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu

Boiadeiro muito tempo, laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente, pela vida segurei
Seguia como num sonho, e boiadeiro era um rei
Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando, as visões se clareando
As visões se clareando, até que um dia acordei

Então não pude seguir valente em lugar tenente
E dono de gado e gente, porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente
Se você não concordar não posso me desculpar
Não canto prá enganar, vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar

Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém, que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse, por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu querer ir mais longe do que eu

Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
já que um dia montei agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte num reino que não tem rei

Jair Rodrigues


https://www.youtube.com/watch?v=82dRs2z6iQs