Mesa de abertura do Seminário sobre a Metrópole do Rio |
Para os participantes, logo na mesa de abertura do encontro foi percebido um confronto entre duas posições aparentemente contraditórias, que acabaram sem esclarecimento, e seu devido aprofundamento. De um lado. o Presidente do IAB-RJ, Pedro da Luz defendeu a necessidade de incentivar a construção de unidades habitacionais no centro do Rio de Janeiro e de Niterói, apontando um estudo feito na UFRJ, que indicou um potencial de 150mil unidades nessa parte da metrópole. De outro lado, o Diretor Executivo da Câmara Metropolitana, Vicente Loureiro, que contrapôs a essa ideía, identificando nas metropoles brasileiras uma macrocefalia, que privilegia o investimento nos centros, relegando as periferias a serem cidades dormitórios.
Na verdade, onde parece haver o contraditório, na minha opinião emerge uma convergência de propostas, afinal tratam-se de posicionamentos complementares, que se forem estruturados numa política urbana podem se reforçar mutuamente. O investimento em habitação nos centros de Niterói e Rio de Janeiro mudam na verdade uma inércia instalada nas cidades contemporâneas, que tenderam a criar conjuntos monofuncionais, onde há uma imensa concentração de escritórios de serviços, portanto de empregos, e de ausência de habitação. Essa conformação sub utiliza a infraestrutura implantada, pois essas localidades ficam sem movimento durante os finais de semana e feriados, perdendo vitalidade nesses períodos. Por outro lado, o reforço das subcentralidades das periferias das grandes metrópoles precisam efetivamente ser incentivadas, atraindo escritórios, serviços e empregos mudando também uma inércia do desenvolvimento da nossa metrópole, que tenderam a se transformar em áreas dormitórios. Os dois posicionamentos não são divergentes, mas na verdade complementares, pretendendo mudar tendências inerciais da cidade brasileira, podendo ser implantados conjuntamente, se reforçando mutuamente.
A necessidade de reequilíbrio do imenso território da cidade metropolitana do Rio de Janeiro, que parece ser compartilhado por todos, precisa fomentar habitação no centro e empregos na periferia, diminuindo a necessidade de movimentos pendulares nos sistema de transportes, mas garantindo ao mesmo tempo maior acessibilidade às benfeitorias urbanas da metrópole como um todo. De certa forma, a hierarquia entre as centralidades da cidade metropolitana do Rio de Janeiro precisa ser equilibrada, buscando a presença da poli funcionalidade; habitação, comércio e serviços juntos, acabam gerando vitalidade continuada.
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