Apesar de uma demanda brasileira imensa por novas habitações urbanas, o antigo edifício do Hospital IV Centenário no bairro de Santa Teresa na cidade do Rio de Janeiro permanece fechado, desocupado e se deteriorando. Porque?
A pergunta se insere na série que começa a ser publicada no meu blog Arquitetura, cidade e projeto denominada; Se é fácil porque não implantamos? Uma pergunta básica e simples, que pretende cobrar do poder público e da sociedade brasileira soluções para problemas instalados complexos, mas que na nossa percepção cotidiana da cidade se mostram como enigmas banais e simples. Essa postura, ao final desvenda que a falta de importância dada para uma política urbana estruturada, articulada e pensada representam um fardo pesado para as cidades do país. As três esferas de poder no país, federal, estadual e municipal, precisam começar a reconhecer a centralidade de uma política urbana mais estruturada. As ações nesse segmento podem impulsionar transformações importantes, inclusive na distribuição de renda.
O Hospital IV Centenário em Santa Teresa é uma edificação dos anos sessenta, que funcionou como hospital hotel até o começo do século XXI. Era portanto, uma unidade de saúde que não realizava procedimentos complexos agendados como cirurgia, ou emergência e não tinha alto grau de resolutividade no atendimento ao público. Era portanto, uma unidade que atendia longa permanência e oferecia acompanhamento nos quartos e enfermarias para pacientes que se recuperavam de procedimentos complexos. É portanto, uma unidade de saúde com serviços de longa internação, com uma estrutura que se aproxima daquilo que o jargão da arquitetura hospitalar denomina hospital-hotel. Tal configuração abre para a antiga edificação um leque imenso de opções para sua reocupação, podendo abrigar novos usos como habitação, hotel, centro cultural, enfim qualquer programa arquitetônico.
Pois bem essa estrutura está abandonada há anos. Já houve projeto da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro de implantar um empreendimento do programa do governo federal Minha casa, Minha vida, que não foi para frente. Depois foi anunciado que o edifício abrigaria o 1o Batalhão da PM carioca, no entanto nada ainda aconteceu para tal.
No mundo contemporâneo cada vez mais essas estruturas são reutilizadas e reocupadas com novas funções, reaproveitando as energias já dispendidas para sua construção. Essa atitude revela também uma profunda consciência ambiental e ecológica...
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