A complexa implantação da obra da Praça das Artes, na quadra atrás
do Teatro Municipal de São Paulo
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Praça de acesso pela rua Conselheiro Crispiniano |
A construção é toda feita de concreto aparente, com uma clara preocupação com a paginação das formas de madeira em tábuas de 10cm de altura, tal efeito enfatiza a horizontalidade da edificação, reforçando a ideia de preenchimento. Não há aqui a preocupação com a percepção integral da obra, que se fragmenta, preenchendo o contexto de forma a configurar praças e espaços de convívio, que demandam que a atividade cultural também se exponha ao público. Os limites entre espaço construído e praças conformam uma dialética, na qual fica claro a interação, e não a subordinação de um ao outro. A diversidade de janelas acabam enquadrando atividades, que se mostram muito mais ao público passante, do que enquadram vistas do interior para o exterior. A edificação parece reclusa em suas atividades artísticas, que efetivamente demandam maior concentração.
Há em determinadas partes a aplicação de pigmentos na concretagem |
Com uma área de cerca de 28.500m², o espaço cultural contem o novo edifício para os corpos artísticos do Teatro Municipal, que são: a Orquestra Sinfônica Municipal, a Orquestra Experimental de Repertório, o Balé da Cidade de São Paulo, o Coral Lírico, o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, o Coral Paulistano, o Centro de Documentação Artística, e a Escolas de Música e de Dança. Desta forma terá o Teatro Municipal a liberação do palco para seus espetáculos, promovendo assim um desafogo e ampliação de seus trabalhos em condições bem melhores. O atual Conservatório abrigará as atividades, que até então não tinham seu espaço próprio, e o Quarteto de Cordas da Cidade terá no salão principal sua sede. Com isso, o Teatro Municipal não é mais um equipamento cultural solitário na região central de São Paulo, que agora deveria se mobilizar para atrair empreendimentos habitacionais para essa parte da cidade, buscando atingir horários mais tarde com movimentação por suas praças. A habitação é o único dos programas arquitetônicos, que não gera a sazonalidade dos usos concentrados, como os edifícios de comércio e serviços, bem como a cultura. A presença habitacional nos centros urbanos brasileiros é de suma importância para a retomada de sua vitalidade em diferentes horários do dia e da noite, gerando também um comércio que se mantém funcionando em horários mais elásticos.
A frente do vale do Anhangabaú ainda inacabada e indisponível |
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