Mais uma vez volto ao tema do desenho. Abstrato? Será? Ou simples devaneio, diante de uma nova caixa de Crayola. Linhas, pontos, cortes, planos, módulos, partidas e chegadas. Acabei nomeando-o; foice e ponto, por mera solicitação de salvamento do computador. Podia também ser; ponta e curso, para compreensão dos referenciais e o processo de promoção de suas conexões direcionadas. Pontos cheios, pontos vazios, e eixos de conexão cansada.
Um desenho sempre começa, mas nunca sabe aonde acaba. Mais um traço ou um tema, e o papel não comporta mais, foi tudo perdido. Quando acabar, ou dá-lo por acabado?
Isso tudo me lembra um velho poema de Paulo Mendes Campos, sobre Paris, na verdade seu nome é;
POEMA DE PARIS
Sopravam ventos largos sobre a rua
Que vai de meu hotel até meu bar.
Mais longe, além do bar, surgiu a lua
Vulgar e trsite sobre o boulevar.
Vous êtes triste? - perguntou-me nua
Uma sueca com que fui amar.
Triste de uma tristeza como a tua,
Como a lua no céu, triste e vulgar.
Sobre os Campos Elísios, cor de vinho
Chegava a madrugada... e seu carinho
Fez do luar, luar de Apollinaire -
Além do bar, da lua, da mulher.
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