Segundo estudo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), pelos pesquisadores Fabíola Vieira e Rodrigo Benevides em 2013, a despesa com saúde per capita do Brasil foi de US$591,00/habitante, quase metade do gasto Argentino, US$1.167,00/habitante, e um sétimo do Americano US$4.307,00/habitante. No campo da educação, segundo o IBGE com relação ao grau de analfabetismo, passamos em 2000 de 13,63% de analfabetos com mais de quinze anos de idade, para 9,6% em 2010, e 8,4% em 2014, o que significou um grande avanço nessa área. Ainda segundo o IBGE, o Brasil passou a ter em 2006, 97% de suas crianças de 7 a 14 anos frequentando uma escola. Apesar disso, a imprensa nacional e grande parte de seus analistas apontam a absoluta necessidade de aprovação do teto fiscal, a Proposta de Emenda Constitucional, PEC241, que congela os gastos com saúde, educação e investimentos públicos por 20 anos. Os argumentos de forma absurda e irracional chegam a apontar que esse ajuste atende inclusive as necessidades das classes menos favorecidas. Mais uma vez fica claro, que há um ajuste de longo prazo em curso no sistema capitalista internacional, que abandonou uma dimensão produtiva e desenvolvimentista, para uma rentista e de acumulação flexível. Esse ajuste começa a ser instalado, ao final da década de setenta do século XX, quando se presencia o declínio das políticas social-democratas e a emergência da desregulamentação neo-liberal, que enfatiza a necessidade da redução da carga tributária a qualquer custo. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), também possibilitaram um incrível incremento dos fluxos de capital pelo mundo, que deixaram de ser fiscalizados, e portanto taxados pelos Estados Nacionais. E, quem manifesta uma opinião similar nesse assunto é o economista Joseph E. Stglitz, que foi assessor de Bill Clinton e economista chefe do Banco Mundial, sem portanto qualquer ligação com o campo do marxismo;
"Algumas das inovações mais importantes nos negócios no últimos trinta anos se concentraram não em como tornar a economia mais eficaz, mas em como garantir o poder de monopólio e contornar as regulamentações governamentais que pretendiam alinhar benefícios sociais e retornos privados." STIGLITZ 2007 página46
BIBLIOGRAFIA:
STIGLITZ, Joseph E. - Globalização como dar certo - Companhia das Letras São Paulo 2007
http://www.revistaforum.com.br/mariafro/2016/10/03/ipea-os-impactos-do-novo-regime-fiscal-para-o-financiamento-do-sistema-unico-de-saude-e-para-a-efetivacao-do-direito-a-saude-no-brasil/
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