A última revista Projeto traz um texto meu, Cidades precisam de mais projetos, que debate o modelo que a cidade brasileira vem seguindo para promover sua expansão interminável sobre o território natural que as cercam, um referencial baseado na cidade americana. Estruturado por áreas habitacionais de baixa densidade, uni funcionais portanto sem a presença de comércio e escritórios, e com benfeitorias exclusivas tipo condomínio clube, dependentes do automóvel particular ou de modais de transporte de baixa capacidade e baseado no pneu, e com centros de negócios dominados por escritórios comerciais, que por essa condição sub aproveitam as infraestruturas instaladas. Essa discussão sobre a cidade, ou esse modelo, ou sobre seu vir-a-ser não consegue entrar na pauta de nossos candidatos a prefeito, pois esses não explicitam o referencial que deveriam perseguir com seus governos. Essa ausência acaba fazendo com que suas futuras administrações se tornem reféns de lógicas de grupos de interesses específicos, que acabam sequestrando suas diversas propostas para essa continuidade desse modelo hegemônico de fazer cidade. Há uma naturalização dessa forma de viver e de conviver em nossas cidades, como se esse processo não fosse fruto de escolhas muito claras e objetivas.
O texto portanto, tenta lançar luz sobre essa prática, apontando a necessidade de elaboração de planos e projetos contra-hegemônicos a esse modelo de cidade, de forma que o seu vir-a-ser possa ser escolhido pelo interesse público maior.
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