A exposição Casa cidade mundo: a beleza possível no Centro Cultural Hélio Oiticica no Rio de Janeiro traz uma prancha com uma proposta minha, para uma quadra habitacional para a cidade brasileira. A ideia é enfatizar, que a casa não existe sem a cidade, assim como a cidade não existe sem a casa, uma relação dialética, que os dados quantitativos do déficit habitacional querem negar. O déficit habitacional brasileiro, que segundo dados da Fundação João Pinheiro em Minas Gerais está em 6 milhões de casas reduz o problema a uma mera questão quantitativa. Na verdade, a produção dessas 6 milhões de residências precisam estar inseridas num território urbano rico e pleno de diversidade, e a fixação desse dado não ajuda, mas confunde o real dimensionamento do desafio, que temos pela frente. A produção da cidade com qualidade, com uma ocupação do território que promova equidade e aproximação entre os diversos setores que compõem a sociedade brasileira é um imenso desafio.
A quadra proposta é apenas um ítem de uma política habitacional, que deveria ser mais ampla e articulada com as pré-existências como favelas, antigos contínuos implantados, áreas históricas, enfim com a cidade existente.Pesquisas recentes mostram que existem cerca de 30% de imóveis vazios em bairros consolidados como Copacabana no RJ ou Higienópolis em SP. Colocá-los no mercado faz parte da estratégia de tentar fazer frente aos 6 milhões de unidades do déficit.
A quadra proposta faz menção aos territórios onde será necessário construir o novo, mas ela se refere a elementos presentes em todas as cidades, portanto também ao existente; o lote, a quadra e a rua. Elementos da cidade, que estruturam nossa compreensão do privado e do público.
A abertura da exposição é nesse sábado dia 03 de outubro de 2015.
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