terça-feira, 15 de setembro de 2015

Palestra na Universidade Estácio discute o projeto de cidade que estamos construindo



As linhas de transporte hidroviário previstas no PDTU de 2002,
que não foram implantadas
Na última quinta feira dia 10 de setembro de 2015 fui convidado para apresentar uma palestra sobre a questão da mobilidade na cidade do Rio de Janeiro, que procurei articular com a determinação presente no projeto de cidade que estamos construindo. Procurei apresentar como o desenvolvimento histórico da cidade metropolitana do Rio de Janeiro teve como premissa a exclusão de amplos setores da nossa sociedade, do conjunto das benfeitorias urbanas, que não estão distribuídas de forma equânime no seu território.

A cidade metropolitana do Rio de Janeiro, com seus 12 milhões de habitantes, que se desenvolveu no entorno da Baía de Guanabara apresenta algumas características que precisam ser mudadas se pretendemos ter uma sociedade baseada numa maior equidade. Essas características também estão presentes no conjunto das cidades brasileiras e podem ser descritas por quatro tendências inerciais muito claras:
  • Cidade dispersa e espalhada, sem a universalização das infraestruturas urbanas para todos, com a presença do abandono dos antigos centros históricos. 
  • Cidade baseada na estratificação das diversas classes e extratos sociais, que geram guetos de ricos e pobres e ou áreas monofuncionais ( centros de negócios e áreas dormitórios). 
  • Cidade com uma mobilidade desestruturada, determinando forte exclusão a partir da ausência ou tarifação cara do transporte público. 
  • Cidade com uma aproximação predatória dos seus biomas naturais particulares, acabando por gerar fortes impactos ambientais. 

Precisamos reverter essas tendências ampliando a prática do debate do plano e do projeto em nossa sociedade, apresentando de forma transparente e ampla o tempo e as ações a serem implementadas no território da cidade. Não podemos mais nos esconder por trás de discursos abstratos e complexos do plano ou do projeto, que não são compreendidos pelo conjunto da população. Há uma necessidade premente de se olhar para o cotidiano imediato desses contingentes populacionais, que são penalizados pela falta de urbanidade buscando formas de melhoria imediata para suas vidas. Os jovens arquitetos precisam compreender que a construção de uma sociedade com maior equidade de distribuição de oportunidades depende de uma melhor estruturação do espaço de nossas cidades.




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