O presidente do IAB-RJ Pedro da Luz, o arquiteto e vereador Nabil Bounducki, o presidente nacional do IAB Sérgio Magalhães e as arquitetas Rose Compans e Silvia Barbosa no lançamento do livro |
Os debates acabaram se referindo ao atual programa de produção habitacional do governo federal, o Minha Casa Minha Vida (MCMV), que vem repetindo erros da política da ditadura militar, centrada no extinto Banco Nacional de Habitação (BNH), que lhe antecedeu, e a forma de produção e reprodução da cidade brasileira, que permanece injusta e excludente para amplos setores sociais. A oportunidade que estamos perdendo com o programa MCMV de reestruturar as cidades brasileiras, fazendo-as mais inclusiva é notória e amplamente compartilhada pelos arquitetos.
A moldura da produção habitacional brasileira permanece presa a uma lógica quantitativa, sem atender a demanda qualitativa da sociedade brasileira, que não solicita mais a casa isolada, mas a casa urbana. A inserção da moradia no contexto urbano significa garantia de acesso a oportunidades, trabalho, lazer, infraestruturas, que muitas vezes são capazes de promover melhorias significativas a diferenciadas famílias.
A habitação representa uns 80% da massa construída de todas as cidades no mundo. Promover assentamentos habitacionais articulados a uma urbanidade mais consolidada, que garanta as famílias acesso a empregos, lazer, educação, cultura pode significar uma mudança na perspectiva de vida da população mais frágil economicamente.
O governo federal, que continuamente se auto define como promotor de uma melhora na distribuição de renda no Brasil, parece que ainda não entendeu, que a política urbana é fundamental para isso.
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