sábado, 6 de dezembro de 2014

Debate no IAB-RS sobre a Olimpíada no Rio de Janeiro

Na última quarta feira dia 03 de dezembro de 2014 estive em Porto Alegre no Rio Grande do Sul, debatendo os projetos para a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro, no contexto dos encontros de quarta no Instituto de Arquitetos do Brasil departamento do Rio Grande do Sul (IAB-RS). A recepção e acolhida dos companheiros gaúchos foi maravilhosa e bem proveitosa, com questionamentos e posicionamentos bem articulados, que debateram de forma acalorada o projeto da cidade contemporânea no Brasil.

Montei minha argumentação a partir da constatação de que existe uma inércia do construir cidades no Brasil, que precisa ser modificada e transformada, pois estamos gerando uma urbanidade incompleta e insegura. A configuração de um território urbano onde existe, de um lado, pequenos trechos infraestruturados com comodidades sofisticadas, e de outro, imensas extensões com precariedades primárias, como falta de abastecimento básico, ausência de calçamento, iluminação, coleta de lixo, dentre outras, determinava uma compreensão geral de injustiça e de desequilíbrio de acesso à oportunidades na sociedade brasileira.

A cidade é a materialização mais concreta e fiel da sociedade. Nela estão reproduzidas as práticas cotidianas de exclusão e elitismo dos extratos sociais brasileiros de maneira geral. A definição de um programa de prioridades, que mudasse a inércia do construir da cidade brasileira deveria enfrentar quatro pontos bem objetivos. Nossas cidades precisam passar a ser:

  1. Densas e compactas, passando a possibilitar a universalização geral dos serviços urbanos em todo seu território, com reforço da mais antiga centralidade.
  2. Cidade que fomente a convivência de diversos extratos sociais e usos, que combata a tendência de gerar guetos separados, de ricos e pobres, e aproxime atividades como habitação, trabalho  e lazer.
  3. Cidade de mobilidade ampliada, que combata a exclusão determinada a partir da ausência ou tarifação cara do transporte público, possibilitando acesso a oportunidades variadas ao conjunto de sua população.
  4. Cidade que amplie a visibilidade e a aproximação dos seus conjuntos naturais, aproximando seus cidadãos de biomas particulares.
E
Enfim, quatro pontos fundamentais para ampliar a democracia brasileira. Abaixo a íntegra do debate

https://www.youtube.com/watch?v=qx80upYVxTE

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