Diário de Pedro da Luz Moreira, interessado em discutir a arquitetura, a cidade e o projeto
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Como estarão as cidades brasileiras em 2020
No contexto brasileiro, há pelo senso comum uma série de leituras positivas do significado da palavra arquitetura; a cidade de Brasília, obra dos arquitetos Lucio Costa e Oscar Niemyer, ou o aterro do Flamengo, obra do arquiteto Afonso Eduardo Reidy e do paisagista Roberto Burle Marx, ou o Parque do Ibirapuera em São Paulo ou o bairro da Pampulha em Belo Horizonte, ambos obras do arquiteto Oscar Niemyer com o paisagista Burle Marx. Todas essas obras se destacam por sua adequação a contextos específicos, que emocionam qualquer visitante e mostram um caráter particular da arquitetura brasileira, que simboliza e carrega uma certa mensagem positiva. Mas há também alguns aspectos negativos, ou uma compreensão ligeira do que seja o conceito de arquitetura, uma vez que é um ofício muito interligado a questão do plano e do projeto. No contexto brasileiro, há pelo senso comum um certo descrédito com as ações do plano e do projeto, uma celebração do improviso que é desmedida.
A vitória obtida pelo Rio de Janeiro para sediar o Congresso Internacional da UIA no ano de 2020 deve ter como sentido maior debater essa situação e revertê-la. Não se trata de uma defesa corporativa, que interessa apenas a categoria dos arquitetos e urbanistas, mas uma luta de toda sociedade, que deve defender o plano e projeto, como instrumentos de ampliação da transparência das obras públicas.
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