terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Debate sobre viagem a Cuba em 1963 por estudantes brasileiros para congresso da UIA

O debate com o autor Cesar Dorfmann no IAB-RJ
No último dia 10 de fevereiro de 2014 foi realizado no IAB-RJ um debate informal com o autor Cesar Dorfmann de um livro de memórias sobre a visita feita a Cuba em 1963, por um grupo de estudantes brasileiros. O debate transcorreu de maneira informal, abordando lembranças sentimentais de diversos arquitetos, que participaram da viagem a Cuba em 1963 para participar do VII Congresso da União Internacional dos Arquitetos. Interessante notar que no mesmo ano foi realizado no Brasil o famoso Congresso do IAB, no Hotel Quitandinha em Petrópolis, que propos a reforma urbana e a unificação das caixas de pecúlio que então financiavam a habitação de interesse social no país. No ano de 1963 no Brasil havia um intenso debate sobre as reformas de base em nossa sociedade, que foram barradas pela instalação da ditadura militar em 1o de abril de 1964.

Uma das questões levantadas no debate no dia 10 de fevereiro no IAB-RJ foi exatamente sobre os debates mais candentes, que perpassavam as falas dos estudantes de arquitetura na ida a Cuba. O autor do livro Cesar Dorfmann afirmou que a discussão política dominava os debates, deixando de lado as questões relativas à arquitetura e ao urbanismo. Estranho, como seria possível abordar questões relativas a ocupação do espaço, ou da construção do ambiente humano, apenas enquanto técnica ou instrumental, sem menção à política? O nosso mundo contemporâneo parece me muito mais complexo, perpassado por uma impossibilidade de separação destas esferas.

Mas o mais importante do evento é que ele resgata uma tradição importante, que deveria ter um cunho mais sistemático; o resgate de vivências diferenciadas que nos faz refletir sobre as atuações profissionais mais variadas. O depoimento dos vários participantes da viagem formam um interessante conjunto sobre os impasses e possibilidades do ofício da arquitetura, e, deveria ser uma atividade mais recorrente entre nós...

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