Dentro do tema da cultura da construção, as cidades italianas representam um capítulo especial. Dentro de uma grande variedade de ocupações, históricas, topográficas ou hidrológicas, há cidades onde o predominio construtivo é medieval, renascentista, barroco, neoclássico, eclético ou até mesmo moderno. Elas se estruturaram como agrupamentos humanos consolidados, com importante presença de manifestações artísticas relevantes num periodo no qual as mudanças e transformações da cidade eram mais demoradas no tempo. Este fato foi determinante para que se construisse um patrimônio único, onde as ocorrências artísticas e singulares são contínuos representativos que foram sendo reocupados por diferentes atividades humanas ao longo de distintos ciclos sem que os objetos tenham sido demolidos ou reconstruídos.
Roma, a cidade eterna com seus atuais 2,5 milhões de habitantes, é talvez o testemunho mais emblemático deste processo. Constantemente novas ruínas são descobertas, revelando facetas novas de tempos imemoráveis. Apesar desta museificação constante e de um afluxo expressivo diário de turistas, a cidade permanece viva com uma diversidade de usos e de estratos sociais diferenciados em todo em seu território. Mesmo em seu centro, onde se concentra grande parte dos achados arqueológicos e dos marcos arquitetônicos e artísticos, Roma se demonstra uma cidade onde ainda há moradia de romanos, que determinam um cotidiano particular e próprio.
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