A fragmentação das ações é uma das características mais marcantes dos nossos tempos, esta ausência de ações coordenadas e articuladas é fatal para o sistema de transportes de uma cidade metropolitana como o Rio de Janeiro. O acidente e o descaso com os bondinhos de Santa Teresa explicitam para o público em geral, que a gestão da Secretaria de Transportes do Estado é fragmentada e descoordenada, sem articulação dos diversos modais de transporte no território da cidade. As alegações do governador Sérgio Cabral e do Secretário Julio Lopes, de que os serviços do bondinho estão sucateados e esquecidos, denunciam o despreparo deste governo com o tema da mobilidade na cidade metropolitana. Afinal, o que está sendo feito em outros modais que justifique o descaso com o sistema de bondinhos? Por acaso, algumas das ações propostas pelo Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU) da cidade metropolitana estão sendo implantados de forma incisiva, que justificasse o abandono do sistema de bondinhos? Creio que não.
Os modais de grande capacidade como metrô, trens urbanos e barcas não receberam nos últimos anos qualquer melhora significativa, tendo ao contrário deteriorado. A conclusão da linha 1 do Metrô proposta no PDTU, que fecharia este trecho num anel, dando mais eficiência aos intervalos das composições não foi concluída e sequer iniciada. A obra do metrô em andamento pretende ligar a Barra a linha 1, sem a correta avaliação dos seus impactos, e não estava prevista nersta forma no PDTU. A requalificação dos trens urbanos dos ramais da Central e Leopoldina também constante do PDTU, que poderiam beneficiar uma quantidade expressiva de pessoas na cidade metropolitana está paralisada e sem qualquer investimento. A quantidade de passageiros/dia transportados neste sistema de trens urbanos está estagnado há anos, apesar dos alertas de vários especialistas de que este modal requalificado poderia transportar grande quantidade de pessoas. A ampliação do serviço de transportes de barcas, previsto também no PDTU não está em andamento. As linhas propostas neste modal, também por este documento, como; as entre a enseada de Botafogo, Praça XV e Aeroporto do Galeão ou Praça XV e Duque de Caxias, ou Praça XV e São Gonçalo não foram implantadas. Importante salientar, que todas estas ações previstas no PDTU de 2002 deveriam estar operando até o ano de 2012, e visavam melhorar a qualidade dos deslocamentos na cidade metropolitana.
Os políticos muitas vezes enveredam por ações desarticuladas, que produzem grande visibilidade e que negam as determinações do planejamento estruturado, buscando simplesmente ampliar seus votos. Esse tipo de prática é fatal quando se trata do sistema de transporte público de uma cidade metropolitana como o Rio de Janeiro, pois transforma o sistema numa colcha de retalhos de empreendimentos desconectados, que acabam prejudicando a eficiência na mobilidade das pessoas. O acidente no bondinho de Santa Teresa pode impulsionar um debate importante, sobre a interdependência entre os modais de transporte na cidade metropolitana do Rio de Janeiro.
Os políticos muitas vezes enveredam por ações desarticuladas, que produzem grande visibilidade e que negam as determinações do planejamento estruturado, buscando simplesmente ampliar seus votos. Esse tipo de prática é fatal quando se trata do sistema de transporte público de uma cidade metropolitana como o Rio de Janeiro, pois transforma o sistema numa colcha de retalhos de empreendimentos desconectados, que acabam prejudicando a eficiência na mobilidade das pessoas. O acidente no bondinho de Santa Teresa pode impulsionar um debate importante, sobre a interdependência entre os modais de transporte na cidade metropolitana do Rio de Janeiro.
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