A Escola de Atenas quadro de Rafael Sanzio |
Na primeira aula procurei contextualizar para os alunos a situação do nosso campo, a arquitetura e o urbanismo, nesse começo do século XXI procurando limitar nosso ofício à experiência do projeto e do plano, como ações que pretendem compreender e criticar nossa condição contemporânea. A premissa aqui utilizada é que projetar e planejar envolvem uma dimensão além da resolução de problemas, mas que se envolve com a "crítica operativa do real". Feliz construção de Manfredo Tafuri no livro Teorias e História da Arquitetura, que aproxima a crítica da projetação na medida que seleciona objetos arquitetônicos, e descarta outros, que provocam a ampliação da convivência humana. Desde o Iluminismo, o debate sobre as profissões, tanto sobre a arquitetura quanto sobre o urbanismo, pretende construir a figura do arquiteto como um ideólogo social, capaz de organizar de forma persuasiva a cidade e o viver. Mais contemporaneamente o arquiteto, Manfredo Tafuri dedicou-se ao termo, qualificando muitas vezes a atuação dos profissionais como uma ordenação ideológica, que aponta para um esforço de convencimento e cooptação molecular das idéias, de modo que estas ganhem permeabilidade social ou aceitação geral.
"O que habitualmente se entende por crítica operativa é uma análise da arquitetura (ou das artes em geral) que tinha como objetivo não um levantamento abstrato, mas a projetação de uma orientação poética precisa, antecipada em suas estruturas e resultante de análises históricas programaticamente acabadas e deformadas... Pode ainda acrescentar-se que esse tipo de crítica, antecipando as vias da ação, força a história; força a história passada, dado que, ao investi-la de uma forte carga ideológica, não está disposta a aceitar os fracassos e as dispersões de que a história está impregnada...põe o crítico na situação de quem, depois de ter precisado o porquê dessas antíteses, realiza ele próprio uma escolha que, essencialmente é uma aposta sobre o futuro." TAFURI 1981 página177
Portanto, o ato do plano ou do projeto é entendido como uma forma de compreender o mundo, uma maneira que não apenas descreve como é sua situação atual, mas oferece uma visualização de como ele pode vir-a-ser no futuro. Uma "aposta no futuro", como diz TAFURI 1981. Há aqui um risco positivo, que seleciona da história, não estando "disposta a aceitar os fracassos e dispersões" de que o passado está cheio. Uma atividade de prognóstico, mas do que de diagnóstico, um esforço de convencimento, que dadas as condições atuais simbólicas, tecnológicas e de disponibilidade de recursos elege uma solução, que desfruta de adequação total, ou pelo menos aceita pela maioria.. A união dos termos crítica e operação nos indica que o esforço será sempre vinculado à indução, mais que a mera dedução. E, mais "antecipando as vias da ação, força a história passada" dando-lhe um caráter de evolução positiva, que a humanidade na contemporaneidade enxerga com profunda desconfiança.
Conceituada essa questão passou-se a definição de dois termos caros às ciências sociais; a ideologia e a hegemonia, que estarão presentes ao longo do curso avaliando o desenvolvimento histórico mais geral e a evolução da ideia de plano e projeto no mundo contemporâneo. A ideologia não é mais definida de forma negativa, como foi por Marx e Engels na Ideologia Alemã, "uma consciência invertida do real" ou uma "falsa consciência". Mas de forma positiva, ou de que é impossível se furtar da presença da ideologia, pois diante do reconhecimento da complexidade da totalidade do real e da parcialidade de nossas vivências, experiência e discurso são sempre parciais e interessados, sobre essa mesma totalidade. Como um ato de reconhecimento da imparcialidade do nosso saber, a ideologia se torna uma presença inescapável. Mas, reconhece-se nesse quadro a presença de ideologias progressistas, que pretendem a transformação do mundo, e conservadoras, que investem na manutenção do status quo atual. "Cada camada social tem sua consciência e sua cultura, isto é sua ideologia, essa portanto não é apenas estreitamente política, mas identifica um grupo ou camada social." LIGUORI e VAZA 2017 página 407 Por outro lado, o termo hegemonia dinamiza o conceito de ideologia, mostrando-nos que determinadas concepções de mundo conquistaram o metabolismo social, passando a governar nossa forma de operar. De forma sucinta os termos são apresentados na aula da seguinte maneira;
•Ideologia: Reconhecimento da existência da
totalidade do real e consciência da parcialidade do nosso conhecimento e
discurso sobre esta mesma totalidade.
•Hegemonia: Dinamização do conceito de Ideologia,
sendo a capacidade da ideologia de conquistar o metabolismo social.
A partir daí procurei caracterizar a dinâmica do nosso mundo contemporâneo, como um embate ideológico entre uma mentalidade concorrencial, que reforça um estado de luta individual de todos contra todos, contraposto a outro aonde a solidariedade entre agentes abre a possibilidade de construção de um comum coletivo. O neoliberalismo da imposição da concorrência generalizada, contraposto a solidariedade que luta por maior equidade no gênero humano. A própria cidade e a construção de seu patrimônio construído é entendido como a expressão desses esforços comuns, que muito além de qualquer personalismo investem fortemente na ideia de coletividade específica. Ideologicamente a cidade é única e caracterizada como o encontro da diferença da multiplicidade didática e formadora, potencializadora de um imenso desenvolvimento humano a partir da convivência com o outro.
Em 2030, seis entre dez pessoas viverão
em cidades. Hoje em dia 1 bilhão de pessoas vivem em
favelas ou em loteamentos irregulares. Em 2030 serão 2 bilhões de pessoas na
informalidade. E, em 2050, 3 bilhões de pessoas estarão
na informalidade. A partir desses dados procurei estabelecer, que há um desenvolvimento explosivo da
população urbana no mundo, um processo que se acelera de forma definitiva com a
industrialização, iniciada na Inglaterra no século XVIII. Esse processo irá determinar pela primeira vez na história da humanidade uma presença maior de pessoas vivendo em cidades, do que no campo. O projeto da modernidade, desde o
Renascimento apontava para a pretensão de controle do desenvolvimento,
implantando a autodeterminação consciente das comunidades. O mundo ocidental, desde a sua fundação
na antiguidade clássica greco-romana buscava estabelecer o compartilhamento de
responsabilidades entre os cidadãos, para promoção de um futuro comum e melhor.
Nesse ponto, na nossa segunda aula tentei caracterizar de forma mais breve possível os dois filósofos temporalmente mais distantes de nossa contemporaneidade; Platão e Santo Agostinho. O primeiro foi vinculado as cidades estado da Grécia antiga, particularmente sua comunidade a Atenas logo após a era de ouro de Péricles, que desenvolveu entre seus cidadãos livres a ideia da democracia ateniense. A reflexão de Platão está profundamente marcada pela imposição do suicídio de Sócrates pela assembleia (eclesia) ateniense, que não compreendeu a complexidade de suas proposições, levando a se refugiar num idealismo que distingue "o que é", do que "o que deveria ser". Depois Santo Agostinho é rapidamente caracterizado como o filósofo da emergência do cristianismo no ocidente, que já vivencia o declínio de Roma, mas paradoxalmente vive a ascensão da cultura e lingua latina como demonstração de erudição e o declínio paulatino do grego. O cristianismo, particularmente romano é também caracterizado como uma especificidade ocidental, que dissemina a ideia universal de igualdade entre todos os seres humanos. Uma ideia absolutamente inusitada e niveladora da humanidade, que conhece uma nova ética, aonde todos podem atingir a salvação.
Na terceira aula abordamos Adam Smith e Imanuel Kant, filósofos que partilham grande otimismo em função das transformações, descobertas e da ampliação da racionalidade científica, que os séculos XVIII e XIX representam na história humana. Adam Smith é mais um economista que um filósofo, mas sua inclusão se justifica por sua inserção na cidade de Glasgow entre 1723 e 1790, que segundo Peter Hall será a representação da "Conquista dos Oceanos" num período mais alargado de 1770 a 1890. David Hume, seu companheiro na Universidade de Glasgow talvez fosse mais adequado, como representante do empirismo inglês. Mas, a otimista leitura de Smith do nivelamento dos mercados mostra-nos uma certa infância ingênua do sistema capitalista, que ainda não percebia sua tendência recorrente de formar monopólios de proteção contra o lucro declinante, justificando sua eleição. Kant, e a filosofia alemã mereceram uma especial atenção. O cosmopolitismo kantiano é destacado, como uma típica atitude do iluminismo alemão, que carrega um verdadeiro paradoxo, afinal Kant nunca saiu de sua cidade natal Konigsberg, na Prússia Oriental. Uma cidade que hoje é Kaliningrado na Russia, que abrigou em sua provinciana atmosfera, o cosmopolitismo do sonho de paz de uma humanidade unificada por suas diferenças, na filosofia de Kant.
Na quarta aula os dois filósofos presentes são Hegel e Gramsci, aonde ainda se percebe a presença de um otimismo teleológico contagiante no futuro da humanidade, afirmativo e quase enlouquecido do primeiro, enquanto no segundo já indicando sinais de melancolia e angústia. Hegel é a expressão de uma confiança desmedida da razão realizada num espírito que só se aprimora, hipótese e antítese resolvem seus embates contraditórios numa síntese sempre melhor e aperfeiçoada. Razão tão prepotente, que desdenha da arte, pois inevitavelmente ligada à mágica, à religião e ao mistério, que não são mais admitidos mais, sendo suplantados pela compreensão da totalidade, num movimento do espírito do tempo que só se aprimora. A arrogância da razão de Hegel talvez esteja mais claramente expressa em sua construção algo peremptória e definitiva; “O que é racional é real e o que é real é racional.” Gramsci, o genial sardo, apesar de manter a vinculação dos marxistas ao hegelianismo terá uma premissa estruturante da sua juventude ligada aos estudos de linguística. A glotologia, que estuda a evolução molecular das línguas, apontou desde cedo para o filósofo italiano, que o processo revolucionário, só fará sentido quando capilarizado molecularmente no comportamento cotidiano das massas. As noções de grande intelectual, intelectual orgânico apontam para uma das mais criativas relações entre fazer e pensar, na filosofia ocidental, inclusive no que se refere a nossa capacidade de construir o real, e de modifica-lo. Apesar das imensas derrotas, tanto no plano nacional da Itália, com sua prisão nos cárceres de Mussolini, como também no plano internacional, com a Revolução Russa, que começava a se desvirtuar em autoritarismo totalitário, com a emergência de Stálin, Gramsci mantém uma atitude otimista inusitada para sua vivência de perdas importantes. Os conceitos de ideologia e hegemonia são destacados, mostrando que sua diferenciação identitária com a Sardenha agrária e atrasada, e o contexto do Piemonte, industrial e moderno também irá marcar seu pensamento numa dialética entre centro e subalternidade absolutamente genial e operativo. As distinções entre periferia, semi periferia e centro no sistema capitalista será uma de suas mais brilhantes síntese da filosofia contemporânea.
Na quinta aula, Michel Foucault e Jürgen Habermas, dois pensadores contemporâneos atravessados pela presença das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, e o Holocausto na Alemanha Nazista, uma fábrica macábra da morte. O niilismo e a melancolia tomam de assalto o pensamento dos dois filósofos, desencantando o mundo das promessas do modernismo, que prometiam emancipar a humanidade, acabaram por gerar mais opressão. Foucault se isola num certo "niilismo de cátedra", na genial afirmação de José Guilherme Merchior, condenando de forma indiferenciada a racionalidade como produtora de dominação, A presença do poder em todas as partes, significa sua dispersão no cotidiano humano de forma dissimulada, determinando a presença de uma microfísica da dominação nas relações humanas, mais banais. A impossibilidade de existência de interação desinteressada entre seres humanos é constatada, reanimalizando a espécie humana, que estaria condicionada por impulsos de irracionalidade. A matriz nietzcheana desse pensamento parece radicalizada pela ausência do Super Homem, dominações e coerções se generalizam em todas as direções em função da presença do discurso.
Na terceira aula abordamos Adam Smith e Imanuel Kant, filósofos que partilham grande otimismo em função das transformações, descobertas e da ampliação da racionalidade científica, que os séculos XVIII e XIX representam na história humana. Adam Smith é mais um economista que um filósofo, mas sua inclusão se justifica por sua inserção na cidade de Glasgow entre 1723 e 1790, que segundo Peter Hall será a representação da "Conquista dos Oceanos" num período mais alargado de 1770 a 1890. David Hume, seu companheiro na Universidade de Glasgow talvez fosse mais adequado, como representante do empirismo inglês. Mas, a otimista leitura de Smith do nivelamento dos mercados mostra-nos uma certa infância ingênua do sistema capitalista, que ainda não percebia sua tendência recorrente de formar monopólios de proteção contra o lucro declinante, justificando sua eleição. Kant, e a filosofia alemã mereceram uma especial atenção. O cosmopolitismo kantiano é destacado, como uma típica atitude do iluminismo alemão, que carrega um verdadeiro paradoxo, afinal Kant nunca saiu de sua cidade natal Konigsberg, na Prússia Oriental. Uma cidade que hoje é Kaliningrado na Russia, que abrigou em sua provinciana atmosfera, o cosmopolitismo do sonho de paz de uma humanidade unificada por suas diferenças, na filosofia de Kant.
Na quarta aula os dois filósofos presentes são Hegel e Gramsci, aonde ainda se percebe a presença de um otimismo teleológico contagiante no futuro da humanidade, afirmativo e quase enlouquecido do primeiro, enquanto no segundo já indicando sinais de melancolia e angústia. Hegel é a expressão de uma confiança desmedida da razão realizada num espírito que só se aprimora, hipótese e antítese resolvem seus embates contraditórios numa síntese sempre melhor e aperfeiçoada. Razão tão prepotente, que desdenha da arte, pois inevitavelmente ligada à mágica, à religião e ao mistério, que não são mais admitidos mais, sendo suplantados pela compreensão da totalidade, num movimento do espírito do tempo que só se aprimora. A arrogância da razão de Hegel talvez esteja mais claramente expressa em sua construção algo peremptória e definitiva; “O que é racional é real e o que é real é racional.” Gramsci, o genial sardo, apesar de manter a vinculação dos marxistas ao hegelianismo terá uma premissa estruturante da sua juventude ligada aos estudos de linguística. A glotologia, que estuda a evolução molecular das línguas, apontou desde cedo para o filósofo italiano, que o processo revolucionário, só fará sentido quando capilarizado molecularmente no comportamento cotidiano das massas. As noções de grande intelectual, intelectual orgânico apontam para uma das mais criativas relações entre fazer e pensar, na filosofia ocidental, inclusive no que se refere a nossa capacidade de construir o real, e de modifica-lo. Apesar das imensas derrotas, tanto no plano nacional da Itália, com sua prisão nos cárceres de Mussolini, como também no plano internacional, com a Revolução Russa, que começava a se desvirtuar em autoritarismo totalitário, com a emergência de Stálin, Gramsci mantém uma atitude otimista inusitada para sua vivência de perdas importantes. Os conceitos de ideologia e hegemonia são destacados, mostrando que sua diferenciação identitária com a Sardenha agrária e atrasada, e o contexto do Piemonte, industrial e moderno também irá marcar seu pensamento numa dialética entre centro e subalternidade absolutamente genial e operativo. As distinções entre periferia, semi periferia e centro no sistema capitalista será uma de suas mais brilhantes síntese da filosofia contemporânea.
Na quinta aula, Michel Foucault e Jürgen Habermas, dois pensadores contemporâneos atravessados pela presença das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, e o Holocausto na Alemanha Nazista, uma fábrica macábra da morte. O niilismo e a melancolia tomam de assalto o pensamento dos dois filósofos, desencantando o mundo das promessas do modernismo, que prometiam emancipar a humanidade, acabaram por gerar mais opressão. Foucault se isola num certo "niilismo de cátedra", na genial afirmação de José Guilherme Merchior, condenando de forma indiferenciada a racionalidade como produtora de dominação, A presença do poder em todas as partes, significa sua dispersão no cotidiano humano de forma dissimulada, determinando a presença de uma microfísica da dominação nas relações humanas, mais banais. A impossibilidade de existência de interação desinteressada entre seres humanos é constatada, reanimalizando a espécie humana, que estaria condicionada por impulsos de irracionalidade. A matriz nietzcheana desse pensamento parece radicalizada pela ausência do Super Homem, dominações e coerções se generalizam em todas as direções em função da presença do discurso.
“Falar
é antes de tudo deter o poder de falar. Ou ainda, o exercício do poder assegura
o domínio da palavra: só os senhores podem falar.” Foucault citado em PULS 2006
página560
Habermas irá restituir a necessidade da razão, como única forma de entendimento possível para a humanidade, distinguido uma racionalidade instrumental, da racionalidade intersubjetiva, e reafirmando o projeto da modernidade. A partir de uma distinção importante entre modernismo e modernidade, sendo o primeiro uma sensibilidade de época dominada por uma crença cega na técnica, enquanto o segundo, seria a pretensão humana de governar seu próprio vir-a-ser. As revoluções americana e francesa com a ampliação da democracia e do republicanismo determinaram a pretensão universal de autonomia para todos. Na verdade, a pretensão de autogoverno e autodeterminação retrocedem a antiguidade clássica e ao renascimento italiano, aonde pela primeira vez se manifestam o desejo pela autodeterminação das comunidades. Para
HABERMAS, os sintomas da evolução social, sejam evolutivos ou regressivos,
precisam ser impulsionados em seu sentido progressista, o que significa a
ampliação de formas de vida mais democráticas, incluidoras e emancipadoras. Dentro
das quais a linguagem, o trabalho e a comunicação são especificidades humanas,
que impulsionam aquilo que o filósofo alemão considera como fundamental na vida
social, a capacidade de aprendizagem. Essa na verdade, não possui um sentido
teleológico, mas necessita e demanda da humanidade uma constante reflexão,
viabilizada pelo conflito e o embate de visões dentro da ação comunicativa.
Esse portanto, o quadro geral das aulas, que buscaram mapear as reflexões e determinações no que se refere a construção do ambiente humano no nosso planeta desses oito pensadores, pensando no campo do nosso ofício, a arquitetura, a cidade e a região.
BIBLIOGRAFIA:
KONDER, Leandro - Os marxistas e a arte - Expressão Popular São Paulo 2012
KONDER, Leandro - A questão da ideologia - Companhia das Letras São Paulo 2002
LIGUORI, Guido e VOZA, Pasquale - Dicionário Gramsciano - Editora Boitrempo São Paulo 2017
MERQUIOR, José Guilherme - Michel Foucault, ou o niilismo de cátedra - Editora Nova Fronteira Rio de Janeiro 1985
MERQUIOR, José Guilherme - O marxismo ocidental - Editora Nova Fronteira Rio de Janeiro 1987
PULS, Mauricio - Arquitetura e filosofia - Editora Anna Blume São Paulo 2006
RAPONE, Leonardo - O jovem Gramsci, cinco anos que parecem séculos 1914-1919 - Editora Contraponto Rio de Janeiro 2014
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