Eu, Henrique e Danielle |
Procurei na minha fala, então focar na importância que devemos passar a a dar as atividades de plano e de projeto, como práticas que possibilitam a participação de diversos agentes, e potencializam a consciência de para onde estamos indo. Sem plano e sem projeto não há sequer uma pré-figuração daquilo que queremos ser. É fundamental pensar antes de fazer. Há na história recente do país uma série de obras e ações, que claramente foram pensadas de forma superficial e sem o aprofundamento devido.
Por exemplo, o Metrô Carioca, que está prestes a inaugurar sua ampliação até a Barra da Tijuca, ou melhor, até a área dessa região conhecida como Jardim Oceânico, a um custo de R$10bilhões, e que mudou a estrutura da sua rede inicialmente planejada. A mudança na estrutura se refere ao prolongamento da linha1 de forma contínua, naquilo que inicialmente era o traçado da linha4, portanto sem o fechamento da linha1 num anel, como inicialmente planejado (ver desenho abaixo). Tal fato, implica na adoção de um de intervalo entre composições de trens na linha1 sempre maior do que o desejado, uma vez que há manobras nas pontas da linha e com a interseção da linha4, a operação de dois cruzamentos de trens.
O plano inicial do Metrô Carioca, com a linha1 fechada num anel |
O estabelecimento de uma cultura de debates de planos e projetos é importante para democratizar as decisões governamentais, tornando mais equilibrada a relação de recursos dispendidos com os benefícios atendidos. A compreensão das fases de planejamento e de projeto, como etapas fundamentais para o aprimoramento das propostas demanda tempo e remuneração adequada, de forma que as pré-figurações e hipóteses inerentes a esse momento sejam amadurecidas.
Além desse aspecto há nas cidades brasileiras um excessivo espraiamento da mancha urbana num território muito maior do que o necessário, isto é, nossa densidade demográfica é baixa, o que significa que ocupamos um território maior de cidade para abrigar um número insuficiente de população. Tal fato determina custos altos para a disseminação das infra-estruturas urbanas em todo o seu território, fazendo com que haja regiões sub-infraestruturadas em nossas cidades, notadamente nas periferias. Esse me parece o desafio fundamental das cidades brasileiras a universalização entre todos do acesso ás infra-estruturas, que será mais barato de ser resolvido na medida em que tenhamos manchas urbanas mais compactas.
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