segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Racismo e pré- conceito do Shopping Leblon

Veja o video no link abaixo
No último dia 19 de janeiro de 2014, o centro comercial do Leblon preferiu fechar suas portas, abrindo mão de um faturamento de um dia para evitar um rolezinho, que foi marcado para a mesma data nas redes sociais. No facebook do estabelecimento comercial apenas aparecia um lacônico aviso, sem qualquer justificativa para tal atitude:

"Prezado Cliente ,
Visando garantir a segurança e o bem estar de seus clientes, lojistas e colaboradores, o Shopping Leblon informa que estará fechado excepcionalmente hoje Domingo 19.01"

Há muito que a sociedade brasileira é perpassada por pré-conceitos velados, que são mais fáceis de serem administrados na medida em que ocorrem contra indivíduos isolados, pois estes podem ser combatidos com indignação de forma eficiente a partir de atitudes claras de membros empoderados; policiais, juízes, comandantes de aeronaves (ver propaganda abaixo), etc...A reunião de pessoas alijadas da sociedade como negros, pobres e párias, dispostos a se reunir, e a deixar claro o pré-conceito é o complicador na estratégia dos rolezinhos nos shoppings. É interessante destacar que o espaço do shopping, em sua evolução, foi elaborado para produzir um controle maior sobre os consumidores com relação ao espaço da tradicional rua pública e comercial. As circulações privatizadas, acondicionadas, vigiadas, com som ambiente pretendiam controlar as manifestações dos seus consumidores, amortecendo as manifestações inesperadas, as festas, e os improvisos que o espaço da rua pública pode, incentiva e sempre abrigou. O espaço do shopping é uma parte, daquilo que Richard Sennet identificou como "O declínio do homem público". Neste sentido, estas manifestações recolocam a questão do controle sobre um espaço que simula ser público, e tira proveito desta situação, mas que não é público, pois privado e controlado. Meu amigo Luiz Fernando Janot, escreveu no último sábado dia 18 de janeiro de 2014 no jornal O Globo, uma interessante visão sobre o assunto dos rolezinhos nos shoppings. Embora não concorde com a conotação muito policialesca do artigo, destaco um trecho que considero fundamental:

"Construir uma cidade pacificada ultrapassa os limites das soluções imediatistas ou de curto prazo."

Podemos inclusive expandir os limites da afirmação do Janot; construir uma sociedade pacificada ultrapassa os limites do imediatismo, pois precisamos garantir a ampliação de oportunidades de ensino, cultura e lazer para amplas camadas sociais, além de melhorar e muito, nossa situação na divisão da renda nacional. Abaixo uma propaganda inteligente contra o pré-conceito racial...
http://www.videosdodia.com/comercial-anti-racismo-mais-impactante-que-voce-ja-viu/

Nenhum comentário:

Postar um comentário