O cartaz do evento |
Minha exposição se centrou sobre as experiências em curso no Rio de Janeiro (Porto Maravilha) e Niterói (Centro da Cidade). Minhas ponderações foram que a cidade metropolitana do Rio de Janeiro com uma forte personalidade paisagística e imagética, de ícones geológicos como o Pão de Açucar, o Corcovado, o Morro do Estado e etc..., não admitia a transferência mecânica de modelos que invariavelmente se pautam pela produção ansiosa de expressões arquitetônicas exacerbadas. O sítio da cidade metropolitana do Rio de Janeiro pontuado por maciços graníticos de forte personalidade merecia por parte da arquitetura e do urbanismo uma atitude de conformação de contínuos mais homogêneos, que negasse a pontuação personalista da torre. Busquei também assinalar que está em curso uma fragmentação excessiva das ações sobre a cidade, que ao definir perímetros específicos de atuação, como os da OUC, acabam se esquecendo da mútua interdependência das intervenções sobre o território da cidade. Considerei fundamental alinhar um conjunto de quatro pontos que deveriam pautar a cidade brasileira que pretendemos construir no futuro;
1. uma cidade densa e que reforce a centralidade do antigo centro histórico,
2. uma cidade com multiplicidade de extratos sociais e de usos,
3. uma cidade de mobilidade urbana ampliada baseada numa rede de transporte público, e,
4. por último uma cidade com uma convivência positiva com os biomas naturais próximos.
No meu entendimento nenhum destes princípios vem sendo alcançados pelas OUCs em andamento em São Paulo e no Rio de Janeiro. Neste sentido o cartaz escolhido pela Hiria como imagem do evento é bastante sintomático. Nele, veja imagem anexa, a cidade mostrada é pontuada por torres, com personalidades arquitetônicas excessivas que se negam ao diálogo e a formação de conjuntos mais contínuos, sem pedestres e dominada por obras rodoviárias e por carros. Será que é esta cidade que desejamos?
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