Manoel Ribeiro, Cunca, Janot, Pedro da Luz, Maria Alice e Claudius Ceccon debatem no IAB-RJ as manifestações no país |
Maria Alice Resende iniciou destacando que as manifestações ocorrem num momento em que o país apresenta uma forte expansão econômica e uma situação de pleno emprego. As manifestações que ocuparam o espaço público das cidades brasileiras representaram um imenso basta a corrupção, aos desmandos dos governantes e a falta de qualidade no transporte público. A socióloga ainda destacou a necessidade de aprofundar a transparência, avançando num esforço de democratizar a nossa democracia.
Cunca seguiu afirmando de forma polêmica e provocativa que nossas megacidades são intensas e dinâmicas, dotadas de uma energia promotora de solidariedades. O historiador também buscou qualificar nossas cidades como espaços que não se restringem a ser centros de negócios, pautados por uma agenda de atração de capitais e consumismo generalizado, mas locais onde se desnaturaliza as práticas do poder, onde emerge o direito à desobediência. Muito além do populismo de Lula ou as tecnicalidades de Dilma o espaço urbano é ressimbolizado pela sua ocupação como desejo de mudança, de questionamento e da construção da utopia.
Depois o arquiteto Manoel Ribeiro destacou a presença das redes sociais, a ausência de lideranças e hierarquias nas manifestações, pontuando que o nosso tempo possui grande volatilidade e está dominado pela hegemonia do capital financeiro. Manoel também destacou a absoluta centralidade do papel do projeto, instrumento fundamental no ofício arquitetônico, e, na promoção de maior transparência para as obras públicas.
Janot iniciou sua fala destacando os tempos incertos que atravessamos, localizando a profissão da arquitetura entre dois extremos antagônico e paradoxais; a arrogância e a humildade ou a prepotência e a impotência. O arquiteto também destacou o declínio e esvaziamento das instâncias de planejamento promovido pelo poder instituído no Rio de Janeiro, que cada vez mais delega as grandes empreiteiras o desenho e a gestão de nossas cidades.
Por último, o arquiteto e cartunista Claudius Ceccon destacou a particularidade do momento vivido pelo país, que conseguiu pautar e moldar a grande mídia, ocupando o espaço das nossas cidades e ampliando o controle sobre nossos governantes. O cartunista apresentou também uma série de charges, que falam mais que mil palavras...
Uma das brilhantes charges do Claudius Ceccon |
Nenhum comentário:
Postar um comentário