terça-feira, 19 de março de 2013

Uma visita ao Museu de Artes do Rio (MAR)

UMA VISITA AO MAR (Museu de Artes do Rio de Janeiro)

A cidade do Rio de Janeiro acaba de receber um presente muito especial o MAR, um museu dedicado a sua paisagem e ao seu desenvolvimento urbano, encarados como experiência única e particular. Fatos urbanos concretos e palpáveis, que seus moradores – naturais ou estrangeiros – vivenciam em seu cotidiano. As mostras, montagens e coleções não se restringem a mera celebração dos seus ícones geológicos e paisagísticos tão celebrados, mas também possuem um viés crítico, sobre o desenvolvimento da metrópole de 12 milhões de habitantes, que se estendeu as margens da Baía de Guanabara, atingindo na sua periferia a baía de Sepetiba, a Serra do Mar e o início da Região dos Lagos.



A edificação modernista do antigo terminal rodoviário e o  Palacete Dom João VI

A edificação do novo museu se aproveita de pré-existências como o sobrado eclético do Palacete Dom João VI, e o prédio modernista do antigo terminal rodoviário da Praça Mauá, unindo-os com uma laje ondulante. A solução geral dada a edificação é elegante e bem equilibrada, principalmente na fachada da Praça Mauá, que claramente assume uma frontalidade mais importante, submetendo as demais vistas e faces. No entanto, exatamente neste aspecto transparece também um certo desleixo e desdém pelas outras partes do conjunto, ainda em seu exterior. A inserção da passarela que da cobertura da edificação modernista acessa o edifício eclético, onde estão montadas as amostras, se encaixa na antiga edificação de forma pouco sofisticada, e, sem considerar recuos e avanços desta fachada. O recurso da espacialidade interna deste elemento é bem interessante pelo efeito túnel, claramente preparatório para o visitante aquecer seu olhar para as exposições que verá. 




A inserção da passarela que da cobertura da edificação modernista acessa o edifício eclético


Outro aspecto a ser destacado, e que me parece polêmico, é o tratamento dado as fenestrações do Palacete Dom João VI, que do ponto de vista interno estão completamente escondidas, o que confere um caráter a esta parte da edificação de não correspondência entre interior e exterior. Apenas as janelas dos cantos da edificação nos lembram no interior do ritmo e da presença das fenestrações da edificação eclética. Me parece que a velha polêmica, já enfrentada pelo MAM e o MASP, que se equilibram entre a proteção do acervo ou a fruição de vistas para a cidade, foi na nova edificação revisitada, com uma clara vitória da preservação do acervo...


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