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Vazamento em tubulação de grande porte da CEDAE |
Fica clara a fragilidade do estado do Rio de Janeiro, no que concerne a esse assunto, e a necessidade premente de mudanças no cenário da gestão do saneamento. Importante também salientar que há uma série de externalidades presentes em torno da questão do saneamento básico, dentre eles pode-se destacar o recente impacto, que a epidemia de Zika teve sobre as expectativas de turismo na cidade olímpica. Apesar da reprodução do mosquito transmissor apenas ocorrer em águas limpas, deve-se considerar que o descontrole na distribuição da água pode implicar em uma série de oportunidades de ocorrência dessa reprodução.
Outra condicionante do problema é a extrema dispersão da cidade metropolitana do Rio de Janeiro, que segundo dados da Câmara do Grande Rio recentemente instalada, cresce 60Km2/ano. Tal dado é absolutamente assustador, principalmente quando leva-se em conta que o município de Nilópolis na Baixada Fluminense possui uma área de 34Km2. Estamos portanto, crescendo em área a índices correspondente a duas Nilópolis por ano. Essa imensa dispersão da mancha urbana da cidade metropolitana do Rio de Janeiro dificulta e encarece de sobremaneira a pretensão de universalização dos serviços de infraestrutura, como distribuição de água e destinação correta de esgotos. Sem que se mude essas tendências inerciais da cidade brasileira sempre ficará muito caro para os contribuintes universalizar o saneamento básico, seja com uma empresa pública ou privada.
E, aqui me parece importante assinalar que a eventual privatização ou manutenção pública da CEDAE deve considerar a obtenção de índices mais adequados de saneamento, um melhor atendimento ao usuário, o cidadão. Não tem sentido usar de argumentos relativos a crise fiscal do estado do Rio de Janeiro para privatizar a CEDAE, sem pensar, ou esquecendo-se da necessidade de melhora dos índices de saneamento.