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Foto da matéria do jornal O Globo de 05-09-2015 |
A questão que procurei colocar é que a violência urbana também precisa ser espacializada, e pensada sob a ótica do tipo de cidade que no Rio de Janeiro e no Brasil tornou-se a forma hegemônica de sua reprodução. A dispersão desproporcional, a baixa densidade, a total dependência dos deslocamentos feitos por automóvel individual, os condomínios clubes com pretensão a auto-suficiência, e a estruturação de centros comerciais análogos aos shopping centers acabam determinando um espaço público com ausência de pessoas e transeuntes, que potencializa a insegurança e a realização de crimes.
A Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes na cidade do Rio de Janeiro concentram essas características, mas ela também é reproduzida pelo mercado imobiliário e por consumidores que buscam novas unidades em várias partes da cidade. O tipo portanto encontra grande acolhimento no conjunto da sociedade, envolvendo uma cultura arraigada na sociedade brasileira. A íntegra da minha fala está reproduzida abaixo:
"Para urbanistas ouvidos pelo GLOBO, o modelo de crescimento da região potencializou a violência. Segundo o presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), Pedro da Luz Moreira, Barra e Recreio têm um modelo que ele classifica como “rodoviarista”, que isola moradores e os divide em estratos sociais:— O modelo seguro é aquele em que você tem várias camadas sociais diversificadas, como é o caso de Copacabana, que também tem o comércio voltado para a rua. Isto aumenta a circulação de pessoas, cria autossegurança. No modelo rodoviarista, você tem o seu carro, mas quando para no sinal, ou vai estacionar, há espaços, mas não há calçadas nem pessoas. O comércio funciona em shoppings onde você não vê a calçada, mas apenas uma massa de veículos. O risco é potencializado — explicou Pedro da Luz."O link abaixo traz a íntegra da matéria;
http://oglobo.globo.com/rio/com-menos-moradores-que-barra-da-tijuca-recreio-registra-mais-roubos-de-veiculos-17412388